Mercedes deixa o rapaz ali adormecido e segue com Nestor para o corredor.
- O dr disse que o Tiago pode ter ficado com uma mancha no cérebro.
- Como?
- Sim, logo irão busca-lo para fazer uns exames.
- Ivan surge ali, Mercedes ao ve-lo começa a agredir ao homem ali.
- Por sua culpa Ivan, sua, o rapaz pode morrer, morrer, entende, você e seu orgulho, essa vontade desenfreada em vingar-se de Roberto, olha só o que deu.
- O quê?
Nestor tira a mulher de Ivan, controla a situação, Ivan ouve tudo que é dito ali e sai sem dizer qualquer palavra.
- E agora Nestor?
- Calma, vocês voltam para o salão.
- Não Nestor, isso ja foi mais que decidido, para lá a gente não retorna.
- Mercedes.
- Pare Nestor, que tipo de homem você está se tornando, olhe isso, você negociando sob a saúde de seu....
- Por favor desculpe.
Nestor senta ali na cadeira, ela ao lado dele.
- Vamos aguardar os exames?
- Sim, vamos.
20180206..................................
31
Mercedes e Nestor ali na sala do dr.
- Bem, como já havia lhes dito, só que agora com exames em mãos, ele teve uma pequena lesão.
- Lesão?
- Sim, o cérebro dele, ele vai ter estes ataques seguido de desmaios sempre, com certa frequencia, alta e baixa, para o resto da vida.
Nestor abaixa a cabeça, Mercedes ouve a tudo e segura com uma força descomunal sua bolsa.
- Mercedes.
- O que foi?
- O dr, ele falou que o Tiago vai necessitar de cuidados.
- Cuidados?
- Sim. O dr retorna a orienta-los e quase 1 hora depois eles saem da sala.
- Mãe.
- Filha.
- E ai, o que o dr falou?
Nisso o dr passa por eles, Nestor o cumprimenta de cabeça.
- Vai gente, fale logo, falem de uma vez.
- As coisas não estão tão boas.
- É grave?
Mercedes balança a cabeça que sim.
- Nós vamos cuidar dele né?
- Claro filha, nunca penso em deixa-lo.
- Obrigado mãe.
Nestor olha para elas.
- E eu, poderei visitar meu....
- Sempre Nestor e nos ajudará também e muito tá?
- Sim.
- Oi.
- Obrigado Mercedes.
Helana vai até o velho, o abraça.
- Olhe, a gente sempre brigou mais eu sou e sempre serei grata Nestor, nós queremos o senhor sempre por perto e pode ficar tranquilo, eu sempre vou cuidar do Ti.
Os olhos de Nestor ficam cheios, Tiago sai no corredor.
- Oi pessoal, já estou liberado, podemos ir.
- Ti fique ai, volte para a cama.
Mercedes e Helana entram no quarto com o rapaz, Nestor sai para o pátio externo, Ivan vem a ele.
- Ainda não foi Ivan, o que quer?
- Pegue.
Ivan lhe dá um envelope grande, Nestor pega e o abre, dentro os contratos e algum dinheiro.
- Por que disso?
- Fique com estes documentos, já não temos qualquer sociedade.
- Sim eu ficarei.
- O dinheiro é pelo que causei ao seu sobrinho.
- Não, não isso eu não quero e nem ele o quer, sou capaz de trata-lo.
- Não é isso.
- Por favor Ivan, não quero mais ficar preso e nem tampouco lhe dever.
- Nestor.
- Hoje eu tive uma prova que a vida pode ser remanejada.
- O problema do Tiago é grave?
- Sim.
- Nestor, eu não sabia.
- Vá Ivan, não fique com remorsos, saiba, o grande culpado disso tudo foi e é eu.
- Você?
- Sim, eu não deveria te-lo deixado, omitido coisas dele e principalmente não ter trazido para o nosso convívio pessoas como você, com certeza se eu tivesse o certo ele estaria saudável.
- Nestor.
- Olhe Ivan, já não quero mais falar, respeite este velho, por favor, respeite.
Nestor aponta o corredor para Ivan que sai sem falar mais.
Mercedes entra ali, Nestor sentado num banco de concreto frio, acende um cigarro, ela chega por trás.
- Um trago?
- O quê, vai fumar?
- Sim, o dia exige.
- Com certeza.
Ele passa o cigarro para Mercedes que dá 3 tragos e lhe devolve.
- Por que Mercedes, por que a vida esta tão intransigente comigo?
- Não é com você, é com todos nós.
- Preciso descobrir um meio de sair dessa fase.
- Como disse, uma fase é uma fase, logo acaba.
- Tomara.
Nestor ainda diz algumas coisas e logo desaba num choro, Mercedes joga o cigarro dele numa caixa de areia, sentada ao lado do homem ela esfrega as costas dele.
- Calma meu amigo, meu grande amigo.
- Eu não quero perde-lo.
- Nem vai, tenha fé, tudo esta se resolvendo, não está?
Ela o abraça e ele se solta num choro de lamentos.
- Mercedes.
Ela se vira, ali na porta parado tendo Helana á par, esta Roberto.
- Roberto.
Roberto cumprimenta a todos ali, Nestor olha para o homem ali.
- Olá Nestor.
- Oi Roberto.
- E seu sobrinho?
- Vai ficar bem.
Mercedes levanta do banco e fica a olhar Roberto.
- Me desculpe ter vindo assim é que...
Tiago surge ali e pega a mão de Helana, puxando-a para o quarto, olha para Roberto.
- Oi dr.
Roberto treme em raiva pois lhe vem as lembranças do ocorrido a sua neta, Mercedes e Nestor ali em uma espécie de transe devido não saber a reação do homem.
- Oi Tiago.
- O sr me conhece?
- Sim.
Tiago se sente mau e Mercedes o ampara junto de Nestor, leva-o para o quarto.
Ali o rapaz é medicado e logo a enfermeira diz para eles que Tiago esta liberado.
- Não tem problema irmos?
- Não senhora, o que houve foi só uma leve reação a outros medicamentos.
- Ele vai ficar bem?
- Sim senhora.
Eles saem, Tiago sorri com o quê Helana lhe diz.
Mercedes pega o celular ppara ligar para um carro de aplicativo.
- Não precisa, eu faço questão de leva-los.
Nestor franzi o cenho, Mercedes fica sem ação, diante aquilo, a moça aceita e Tiago vibra por entrar num carro executivo.
- Olha prima, que carrão esse.
Helana abraça Ti, Mercedes e Nestor ficam a se olhar, Roberto indica a porta, ele entra, a mulher senta ao lado de Roberto.
Nestor decide ir para o beco junto de Ti e delas.
- Só vou ficar por hoje.
- Tudo bem.
Roberto estranha o local onde elas decidiram morar, Nestor segue com Ti para dentro agradece a carona.
- Tudo bem. Helana também agradece e segue com eles, Mercedes fica ali com Roberto.
- Obrigado.
- Oras Mercedes, o minimo que posso fazer.
- Não, você tem feito bastante.
- Como assim?
- Nestor me falou do cheque.
- Ele te disse?
- Mais ou menos, eu estranhei ele ter dito que suas dívidas foram quitadas, daí o apertei e ele disse.
- Você gosta muito dele?
- Sim, mesmo com nossas brigas, caras feias, ele é e sempre será um bom amigo.
- Amigo? Mercedes fica surpresa com o dito e se arrepende de te-lo feito, porém assume.
- Sim, eu e Nestor não temos nada, entende, nunca tivemos, ele sempre me respeitou.
- Sério?
- Quando fui colocada para fora da mansão, fiquei por ai, dei alguns dias em bares, arrumei de lavadeira porém quando percebiam a barriga me dispensavam, foi na frente de um bar da rodoviária que Nestor me encontrou, eu tinha ja há 2 dias sem nada de comer e teto.
- Meu Deus.
- Ele procurou saber meu nome, onde morava e logo iniciamos um papo, me disse que tinha um salão de jogos e precisava de alguém que soubesse cozinhar, preparar porções para os fregueses do lugar.
- E você foi?
- Sim, fiquei receosa, afinal não o conhecia, ali de uma hora para outra ele me fez o convite, pensei muito e bem rápido, olhei para a minha barriga que ruia de fome e decidi, seja o que Deus preparar.
- Mercedes.
- Mais foi bom, naquele dia eu não trabalhei, cuidei das roupas dele, arrumei a casinha, o salão e fui dormir, no outro dia, saimos para comprar os alimentos para a noite e ele me fez uma surpresa, me levou até uma lojinha de uns turcos, onde comprou a primeira roupinha da bebê.
- Nestor fez isso?
- Roberto, nem todos os homens, são maus, eu até tentei paga-lo, se é que me entende, mais ele sempre soube que não havia sentimentos, por isso decidimos ficarmos somente no profissional, trabalho.
- Eu nunca imaginaria.
- Pòis é, o mundo tem suas surpresas, boas e más, graças a Deus, ele me preservou de muitas maldades.
- Mais como?
- Roberto, Nestor teve suas aventuras, saiu com várias, sabe, deu muito trbalho para curar suas ressacas no outro dia.
- Imagino.
- Taí, um homem como ele, hoje, dificilmente achamos.
- E a menina?
- Desde que nasceu, ele sempre me ajudou a cuida-la, porém, Helana desde bebê nunca o aceitou, sabe, coisa de sangue.
- E ele?
- Continuou sempre sendo gentil e carinhoso com ela, nunca levantou a mão para a minha filha, olha que ela deu motivos hein, porém ele saia e retornava tarde, nós já estávamos dormindo, ele abria a porta de seu quarto e não ouvia-se ruído algum.
- Um cavalheiro?
- Sempre.
Eles sentam em um tronco caído feito de banco, barulho de grilos, Roberto joga a mão aos ombros da mulher.
- Mercedes.
- Sim.
- Você me perdoa?
Ela olha para ele, seus olhos marejam e ali surge o beijo que une o passado ao presente, ao longe Nestor vê aquilo, leva a mão ao peito, Helana se aproxima.
- Será que agora a estória sera outra?
- Com certeza.
- Não fica com ciúmes?
- Garota, saiba, ele é seu pai, pode ser que ainda guarde mágoas, mais saiba, ele te ama, eu sei que te ama, se aconteceu o que aconteceu foi a obra do destino.
- Nestor.
- O quê menina?
- Você é um herói para mim.
- Obrigado garota.
- Não Nestor eu é que lhe devo desculpas.
- Esqueça, sabe, sempre gostei de você assim desse jeitão.
- Jeitão?
- Marrenta, você sempre defendeu meu sobrinho.
- Ti, bem, o Ti é um fofo, não tem como não gostar dele.
- Obrigado.
- Por que Nestor?
- Por ser assim, seja sempre assim, verdadeira.
Ela limpa as lágrimas nos olhos.
Roberta prende o sutião sentada na cama de Murilo, o rapaz coloca sua box amarela e sai logo retorna com 2 refri.
- Nossa Roberta você estava um show.
- Obrigado, agora me leve embora.
- Já?
- Sim, ainda preciso terminar alguns trabalhos para a escola.
- Tudo bem.
No caminho ali na rabeira da moto, sente seu celular tocar várias vezes, pede para que Murilo pare a moto, ele estaciona a mesma num posto.
- Oi vô, sim tudo bem e você, claro eu estou em casa, sim, tá, beijão vô. Ela desliga sob o olhar discreto do rapaz.
20180606..........................
32
- Roberta.
- O quê?
- Quando pretende falar da gente para o seu avô?
- Por que disso Murilo?
- Olha, uma coisa eu já aprendi de ti, você sempre cobre uma pergunta com outra.
- Desculpe.
- Olhe, eu sei que não sou rico, afinal percebe-se que você é de família que circula na sociedade...
- Murilo.
- Roberta, eu te amo, sabe mesmo que você termine comigo, eu não quero deixar de lhe dizer isso.
- Mas...
- Por favor, não quero te causar mau algum, mais não sirvo para amores clandestinos, proibidos entende.
- Eu ainda não sei bem se quero dar este passo.
- Tá, te entendo, suba, vou te levar.
- Não, o motorista já está a caminho, meu vô ja o mandou me buscar.
- Ro.
- Vai Murilo, depois eu te ligo.
- Tá certo.
Murilo tenta beija-la na boca, ela vira o rosto e ele a beija na face, coloca o capacete segura o dela e sai dali, minutos depois Hermes para ali e Roberta entra no veiculo.
- Patroinha, desse jeito vou acabar perdendo o emprego.
- Não Hermes, me leve para a empresa.
- A empresa?
- Sim.
Roberto termina uma reunião com os novos clientes, a nova secretária ainda se habituando com a rotina do lugar, sistemas digitais e o proceder de seu chefe.
- Dr.
- Sim.
- Tem uma moça em sua sala, a sua espera.
- Quem é ela?
- Ela já foi entrando e...
Roberto deixa a mulher ali e segue para a sua sala, ali na poltrona esta Roberta.
- Roberta.
- Vô preciso falar com o sr.
- Meu Deus por que não disse a secretária que é a minha neta?
- Desculpe eu estou nervosa.
- O que houve?
- Vô eu estou com um rapaz.
- E?
- Ele não é de família rica, mais são pessoas trabalhadoras.
- Bem, você ja é dona de sua vida, afinal já está de maior, não posso mais controla-la tanto.
- Vô.
- Mais eu preciso que você faça outras coisas além disso e de seus estudos.
- Como assim vô?
- Você tem deixado de vir para o aprendizado daqui da empresa, eu já lhe disse Roberta você tem que ficar hábil para assumir tudo isso aqui.
- Mais vô, o Maciel?
- Já falamos sobre isso, preciso de você Roberta, assuma seu lugar sua posição.
- Vô.
- Para reinicio, já te matriculei, vai tirar sua habilitação.
- Vô, eu vou poder dirigir?
- Minha neta, já era para ter aprendido mais eu como sempre me esquecendo.
- Vô seu lindão. Roberta abraça e beija o rosto de seu vô, que fica todo cheio com aquilo.
|