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Olavo ali termina o ultimo gole do café servido por Bruno.
- Me perdoe.
- O que tio?
- Tudo, eu não devia ter sido tão duro, tão rude contigo.
- Esqueça.
- Vai voltar para o escritório?
- Não tio.
- Por quê?
- Sabe tio, de certa forma foi bom ter acontecido aquilo, eu me livrei de amarras, sabe, larguei a venda.
- Venda?
- Sim, dos meus olhos.
- Não entendo.
- Tio eu ja sei de tudo.
- O quê?
- O golpe, se é que foi um golpe, do sr e da tia.
- O que ela lhe disse?
- Tudo tio.
- Tudo.
Olavo franzi o cenho, Bruno o olha cuidadosamente.
- Pelo jeito não foi tudo né tio?
- Oras.
- Para mim tanto faz tio, não vou ficar com raiva e nem remoendo passados que nem conheço.
- Não?
- No inicio eu odiei do fundo tio, mais agora eu entendo, se não fosse vocês, seriam outros.
- Me perdoe.
- Já esta perdoado.
- Então diz que vai voltar.
- Não tio, eu quero seguir minha vida, cansei de ficar ás escuras.
- Como assim?
- Tio eu amo o Marcos.
- Ama?
- Sim.
- Mais isso não é problema a gente pensa em algo, ele sabe algo de escritório, posso coloca-lo...
- Não tio, o Marcos tem a renda dele, não precisa de seus arranjos.
- Arranjos.
- Olhe tio, como eu disse eu perdoo, mais não significa que estou do lado de vocês.
- Ainda tem ódio?
- Pior, não, não guardo nenhum rancor.
- Então?
- Tio vamos seguir nossa vidas, cada um do seu lado ao seu modo.
- Quer a parte do dinheiro que lhe cabe?
- Vamos deixar isso para depois.
- Depois, por que, vamos resolver logo.
- Tio não sou bobo, sei que minha parte te levaria em sérios problemas.
- Mais não chega a tanto.
- Chega e o sr sabe, ou o dr sabe e muito bem, afinal se hoje estão em nuvens fofas agradeça aquele casal de tolos que um dia confiou em vocês dois, o dinheiro a finança, o sonho deles.
- Assim você esta me ofendendo.
- O sr ja me ofendeu muito mais.
- Tudo bem, depois falaremos sobre isso.
- Sim.
Olavo levanta do sofá, olha para Bruno e sai rumo a porta.
- Fique tranquilo tio, não fazer com vocês o que foi feito a meus pais.
- Entendo.
- Não tio, o sr nem sequer chega próximo do entendimento.
- Não havia outro jeito, se não fizessemos estaríamos ainda na lona, a catar bitucas pelas praças.
- Adeus tio.
- Por favor sobrinho.
- Tchau.
Olavo sai cabisbaixo, passa pela porta, Bruno fecha a porta e cai no sofá, lágrimas o dominam.
Marcos entra ali.
- Amor.
- Marcos, ele não esta nem ai, por ele foi tudo necessário, tinnha que ser feito.
- Bruno ele é um homem mau, inescrupuloso.
- Eu sei, mais eu não consigo odia-lo.
- Nem deve, é sua família, agora nossa família.
Marcos abraça Bruno que o beija e ali ficam juntos.
Adélia abre a porta, Gustavo e Victor entram ela acompanha com os olhos.
- Posso saber o que querem?
- Viemos buscar o resto das coisas.
- Não entendo querido, seu pai esta desempregado e ainda quer continuar com esta tolice.
- Não é tolice tia é amor próprio, consideração, respeito.
- Tolices isso sim, acha, agora vai expor o filho a...
- A o quê tia?
- A essa semvergonhice dele, pronto, cansei, ele fica ali aos beijos com outro homem.
- E daí tia?
- O que, você aceita, vai me dizer que também...
- A tia, cuida mais de ti.
Adélia tenta a vançar no rapaz, Victor entra na frente.
- Ele pode ser o que ele quiser, sabe senhora, mais uma coisa eu lhe digo ele é limpo e digno.
- Quer dizer o que o garoto estranho?
- A senhora sabe muito bem, eles não são adeptos a roubar seus familiares.
- Olhe o que diz seu viadinho.
- Sou, sou viado sim, e daí, o que vai fazer sobre isso, me matar me esconder, me roubar?
- Maricas.
- Sou.
- Vexaminoso.
- Sabe acho que este adjetivo lhe cabe melhor.
Adélia prepara a mão e manda o bofete, mais Gustavo segura a mão dela.
- Gustavo, vai ficar do lado deste frouxo, imoral?
- Vamos Victor, não quero nada que esta aqui.
- Vamos.
- Tia, até nunca mais.
- Casal, pronto, vocês são um casal agora.
Gustavo pega na mão de Victor e se vira para ela.
- Somos.
Eles dão um selinho na frente da velha que cai no sofá.
- Meu Deus, que vergonha, tenho nojo de vocês.
- Eu é que tennho asco da senhora.
- Moleque infame.
- Adeus.
Gustavo bate a porta e Adélia a tremer as mãos, no quarto ela abre a gaveta do criado e pega seu medicamento, na cozinha toma o comprimido e faz uma ligação.
- E ai?
- Fiz o combinado.
- E?
- Ele esta disposto a querer tudo.
- Tudo?
- Sim.
- Jamais, não vou ficar sem minha grana por causa de um moleque e um viadinho.
- Adélia.
- Eu sei de você, mais é diferente.
- Adélia.
- Ah, vá se catar.
Adélia pega a toalha e uma troca de roupa e entra no banho, poucos minutos depois troca o seu celular, ela não ouve, daí inicia o telefone da casa.
- Meu Deus quem será?
Ela corre até o aparelho ainda com espuma pelo corpo enrolada em uma toalha, ela atende.
- Alô.
- Oi criminosa.
- Quem está falando?
- Quem viu você matar a Lurdes.
- Tá louca.
- Posso ser, mais não sou assassina.
- Vá se lascar.
Adélia desliga, antes de entrar no banho ouve o som de mensagem, pega o seu celular, visualiza.
A S S A S S I N A
Várias mensagens com número de 2 códigos de área.
- Impossível ninguém viu.
Ela retorna ao banho e logo sai secando os cabelos, liga para Olavo.
- Tô dizendo, tem alguém me ameaçando.
- Calma, pode ser alguém lhe pregando uma.
- Pregando uma merda, pare com isso, Olavo, com certeza essa pessoa viu ou sabe de algo.
- Deixa disso.
- Não Olavo, tenho que fazer algo.
- Fazer o quê?
- Não sei, mais logo saberei.
- Ja te disse, fica na tua.
- Não, não vou deixar, eu matei aquela vagaba, matei mesmo, mais não vou pagar por isso.
- Você que sabe.
- Tchau.
- Tchau.
Adélia desliga, sente como se estivesse sendo observada.
Olha para trás, vai a cozinha, serve-se de 1 copo de água e retorna para o quarto, uma mão em luvas pretas fecha a porta principal externamente.
Gustavo e Victor retornam ao apartamento de Marcos.
- Onde esta meu pai Marcos?
- Ele saiu.
- Mais e você não estava com ele?
- Fomos até o escritório e depois ele seguiu para a casa do pai do André, foi rescindir o contrato do apartamento.
- É mesmo Marcos e daí deu certo?
- Ele aceitou, o sr Marcelo é muito gente boa.
- Que bom.
Marcos percebe que Gustavo e Victor não trouxera nada com eles e ainda traz nas faces certo amargor.
- E ai, e lá na casa de sua tia, como foi tudo lá?
- Pois é...
Victor entra no assunto e conta tudo o que ocorrera com eles principalmente com Gustavo.
- Que mulher louca.
- Ponha louca nisso, aquela lá é uma bruxa, isso sim.
Victor olha para Gustavo.
- Desculpa Gustavo é sua tia, mais....
- Nada cara, você só esta dizendo a verdade.
Marcos olha para eles, logo diz que vai preparar um milk shake para eles.
- De morango hein.
- Pra já.
- Bem se não for muito ousado, o meu pode ser de chocolate.
- Logo, logo Victor.
Risos.
20180218..........................
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