CRÔNICA
Praia de Barreiras
Prof Antônio José
Estou eu a contemplar a beleza da natureza! O mar a minha frente se apresenta com suas águas cristalinas e ondas brancas como a neve. Vejo pescadores descendo a ladeira com seu chapéu de palha carregando a coragem e a esperança de dias melhores. São os jangadeiros, os heróis do mar!
Admirado com os encantos de uma praia simples, de um povo hospitaleiro, passo a observar o espetáculo das águas enfurecidas avançando e banhando os coqueirais, cartão postal da nossa cidade. Sem dificuldade, vejo as pedras nuas agora vestidas pelas águas ora esverdeadas, ora azuladas. Que espetáculo!
E no meio do mar, os barquinhos balançam sobre as ondas, parecendo miniaturas, flutuando em águas flamejantes. A maré recua e lá estão elas, as mulheres da tarde, caminhando na praia seca com desejo de ver o seu corpo saudável e quem sabe receber um elogio do marido. A sociedade exige a performance, o corpo pede saúde.
Não quero parar de contemplar tamanha beleza! O som do vento canta melodias marinhas, a maresia salga a pele e as ondas espumantes rolam na praia paradisíaca. Não estou em Copacabana, estou em Barreiras, Icapuí, onde o artesanato revela a arte dos esquecidos artesãos, onde os pescadores sonham com uma vida menos sofrida, onde a sereia clama pelo desencanto. É nesse momento que percebo ser parte desse pedaço de chão, um professor que escreve para ensinar e ensina para escrever. Barreiras, eu quero te conhecer...
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