O barco se agita sob nuvens adiadas
Lembranças e cartas jogadas ao chão.
Um pensamento que afoga sabe:
O falso norte já não há.
Raios esquecidos desarquivados
Ondas maciças até então sonolentas
Ventos de aço onde sopros havia
Pressionam as fibras de músculos profundos
Que rangem surpreendidas.
Constrangem o barco a velejar.
O mar deixado às costas havia tempos
Tem os perigos de terras distantes;
Rotas diversas traçadas e puídas
No interior escuro como manguezal
E assustam!
O barco imobilizado cativo
Em porto de falsas marolas
Solta-se sob a fúria de motim
Empina e emborcado rola.
Quase afunda! Quase afunda! Quase!
O que sobra , travas soltas e náuseas,
Rasteja para além do caos e da dormência.
As incertezas desnudadas na tormenta
Deram espaço à perspectiva de paz.
Barco livre, agora é rumar!
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