Naquela rua de pedras e espinhos
Rua larga de casas simples
Risos soltos de criancas
Davam a ela vida, todo dia.
Sempre havia movimento e alegria
E as tardes eram agradáveis
E as noites caíam suaves
Naquela rua de pedras e espinhos.
Postes magros e compridos
Seguravam estrelas distantes.
Árvores altas em mata fechada
Escondiam o correr dos gritos.
Hoje, só nas lembranças
Aquela mesma rua que hoje
Um hoje já tão antigo e de tantas mudanças
Naquela rua sem pedras e sem espinhos.
Aquela mesma rua larga e suas casas vazias
Tão diferente, não guarda lembranças.
Com suas pedras arrancadas
E por pasta preta revestida.
As noites agora caem abruptas
Quase sem dias.
As pedras são outras e os espinhos,reais
Uma rua vazia de casas envelhecidas.
Casas sérias com olhos e bocas fechados
Se há alegria, essa e contida.
Naquela rua antiga de pedras e espinhos
Mora a solidariedade nas despedidas.
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