Para escrever o belo, nossa vontade deve ser maior que nossa inspiração, porque a inspiração é momentânea e, embora a vontade também o seja, os segundos que a diferencia consegue superar o desejo e, então, nasce o belo.
Posso dizer que hoje não tenha inspiração, mas tenho vontade para produzir. Pode ser que nessas mal traçadas linhas o belo não se realize, mas o meu desejo de ser ativo foi maior que o de ficar estático.
Aliás, falando nessa dicotomia, nascem dois paradigmas: curiosidade e apaticidade. Minha versão do Word não encontrou esta palavra como real, sublinhou-a. Um neologismo? Talvez. Indiferente ao momento, mas totalmente inteligível no contexto.
Pessoas apáticas me sufocam. Primeiro porque não esboçam nenhuma reação e nunca sabemos se agradamos ou ao contrário e, segundo, porque não acumulam conhecimento, permanecem apenas de "corpo presente", como se a presença fosse item fundamental no processo de construção.
Pessoas curiosas, essas sim merecem meus aplausos. São dignas de todos os elogios e fazem questão de não somente "fazer presença", mas construi-la.
Até pouco tempo existia uma propaganda que dizia que não eram as respostas que moviam o mundo, mas as perguntas. E, então, o que fazer se elas não brotam? Não nos contaminam? Me entristeço quando olho para alunos apáticos, desmotivados, homens e mulheres, meninos e meninas subestimados a meros robôs que sequer possuem a coragem de arriscar um palpite, mesmo que errado, mas necessário.
Professores, tantas vezes, vestem-se de palhaços, de fardas, de reis, rainhas, monges e executivos para chamarem a atenção de uma plateia que, por si só, já DEVERIA estar pronta, mas está estática, inerte ao paradoxo Shakespeariano do "ser ou não ser", meras metamorfoses ambulantes.
E, então, enquanto nossos espectadores não acordam, estejamos nós, vivos, atentos, mesmo que nossa presença sequer seja percebida, pois o importante não é o que me conforta, é o que me incomoda!!!
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