Bauman, linguista famoso, diz que nossa identidade é comparada a um quebra-cabeças, cujas peças são de diferentes tamanhos e contornos. Dentro deste conceito, estamos nós, carregados de influências pelos meios que foram responsáveis pela nossa formação.

Ainda não somos peças prontas para exibição, pois nos formamos e transformamos dia após dia, recheados muitas vezes de dúvidas, preocupações, entusiasmo ou ansiedade. São tantas peças de tamanhos diversos que, muitas vezes, nos perdemos na complexidade de um movimento ou outro e nos sentimos vazios, perdidos numa figura que ainda não está totalmente formada.

Fato é que, dia após dia, na formação desta identidade, juntamos nossos cacos, transformamos nossos mundos e tentamos oferecer o melhor para que ele sobreviva. Na contramão desta ideia encontra-se a política, talvez o quebra-cabeça mais complexo que nós, meros mortais, poderíamos encontrar. Nunca haverá respostas, soluções ou ideias mirabolantes para que uma transformação verdadeira possa acontecer.

A verdade é que, com os cacos que temos e com os que eles nos oferecem, nos tornamos reféns, fantoches de uma sociedade que sequer consegue definir seu conceito identitário. E assim caminha a humanidade: um passo para a frente e dois para trás.

O otimismo, neste quesito, encontra-se dentro de cada um de nós quando não olhamos para a dicotomia política x nação, mas quando procuramos pelo nosso eu e verificamos que ele está totalmente desfigurado, perdido na inércia de um mundo que pouco me ofereceu e, através deste pouco, me fortaleceu para que o meu inteiro se levantasse e pudesse vencer!! Obrigada, Brasil, vc é a minha parte mais fraca, mas a minha mais forte influência que me faz levantar todos os dias e reconhecer que, por onde eu passar, estarei deixando um pouquinho de mim e levando muito de outros! Como diz Raul Seixas, eu prefiro ser essa metamorfose ambulante!!

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