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Nome: Prudência
Autor: Caliel Alves
Gênero: Poesia
Páginas: 60
Tamanho: 14,8 cm x 21 cm; capa com orelhas
Preço versão impressa: R$ 25,99
Preço versão e-book: R$ 8,00
Sobre as poesias
Algo que ninguém espera num livro de poesia é uma ácida crítica sócio-política. Quando se trata de poesia as pessoas logo imaginam eu-líricos ultrar-românticos, bradando seus apaixonados estertores melodramáticos. Nesse livro reafirmo que a poesia é um método eficaz para pulverizar reflexões. Pru-dência é baseada no conceito de Aristóteles, e esse espírito filosófico está em cada poesia, em cada estrofe e em cada verso. Adquira à Prudência também.
Medofobia
Tenho medo do medo
Do medo, medo tenho.
Se tenho apenas medo
Medo então só o tenho.
O Grande Ser v.s O Governo Totalitarista
Lutamos contra o totalitarismo
E seu governo opressor.
Culto a imagem, um solipismo
O poder resume-se ao ditador.
O Estado controla minuciosamente
Censurando todos os livros.
Vigia tudo, oprime e repreende
Sem liberdade não sentimo-nos vivos.
A disciplina moral e cívico
Para estabelecer uma unidade
No social, na moral e no físico
Obedecer é a única verdade.
Mas nós somos os revolucionários
Não temeremos suas prisões
Vocês não governam carrascos!
Avancemos mesmo com as pressões.
Campos de extermínio e concentração
Cometem-se terríveis atrocidades.
Um dos simplórios da sua opressão
O poder que preza desumanidade.
Não podemos mais participar
De sociedades tão violentas.
Até o fim iremos lutar
Temos ideais, valores e crenças.
Empiricamente existo
Prótons, nêutrons e elétrons
Formam a minha matéria.
Tão verdadeiro como o sangue
Que corre em mim pela artéria.
Liberto de todo misticismo
Entrego-me ao rigor da ciência.
Não conheço pelo senso comum
Mas sim pela experiência.
Mecanicamente humano
O semáforo abre-se em luz verde
Assim avanço com o carro.
Construções de arranha-céus
Não ver-se mais humanos
Apenas o concreto e o aço.
Máquina, tudo engole, devora tudo.
Milhares de lâmpadas iluminam
Meu rosto pálido como papel
Mesmo com todo conforto
Não vejo o tal progresso.
Vietnã
Estão a carregar armas. Meninos ainda sem idade pra entender por que as portam. Defender o que? Defender a quem? Um ideal que nunca foi seu. Agora deverão lutar será necessário tanto combate o heroi não é o que mata mais. O discurso é sempre sedutor pra que os jovens, façam o trabalho pesado para velhos, tão sujo quanto às trincheiras de lama e sangue. Os garotos sempre pegarão em armas enquanto os velhos nojentos estão no poder.
(Im)perfeita (des)humanidades
Os corpos estão na esteira
Montados copiosamente
Para serem melhores
Todos iguais!
Todos (im)perfeitos?
Todos (des)humanos?
Homens e mulheres
Todos narcisos
Mas eu sou um cáctus
Tenho espinhos
E posso defender-me.
Cartas marcadas & Castas manchadas
A guerra é:
Um jogo de cartas,
Movida por castas,
Que você não conhece.
Secular e temporal.
Informação relevante.
Sistema de pirâmide.
Tudo em oculto.
Luzes acesas,
Mas quando você olha
Começa a se cegar!
Isso é irreal,
Mentiras plantadas,
Pra ti enganar.
Toda a verdade
Que parece perfeita,
Imperfeita esta.
Suplante a razão,
Dê um salto de fé,
Comece a se libertar.
Mídia sensacionalista
“Um jornalista qualquer,
Disse que somos Homer Simpsons”
“Pra falar isso,
Ele deve ser o Kant Bruckman”.
Sensacionalistas, sensacionalistas, sensacionalistas
Eu sei o que você fez.
Sensacionalistas, sensacionalistas, sensacionalistas
Eu tenho nojo de vocês.
O povo brasileiro
Vive a chorar e geme
O bicho ta pegando
(E DAÍ QUE CES TEM O EMMY?).
Quando ninguém quer ouvir
Pegam a notícia empurra
Mas todo mundo calou a boca
No tempo da ditadura.
“Não é a sua mãe”
“Não é o meu filho”
“Quem sofre é o outro,
Tenho nada a ver com isso”.
Não sei onde morre mais gente
No tráfico ou terrorismo?
A TV mostra isso
Com seu ar de banalismo.
Apresentadores de TV
São senhores da vida e da morte
Os ouvidos estão passivos
Por isso vocês têm sorte.
Blogs inventam notícias
E brincam com a verdade
Se não sabem fazer o trabalho
Voltem para a faculdade.
Pária
Sinto-me como o pária
Não nasce um florão.
Retiraram-me a pátria
E minha humanização.
AMERICAN WAY NO LIFE
O Pato Donald ficou amigo
Do Zé Carioca,
Formaram um novo acordo
Pra alienar os idiotas.
Pessoas consumindo muito
E produzindo pouco,
Num país de direita
O esquerdista é chamado de louco.
A sociedade vive agora
Em modo justin-in-time
Ligam a TV e assistem
O novo Show time.
Tudo é sempre programado
Temos que entrar num padrão.
Esquecem de qualquer coisa
Ao ver o nome promoção.
Guerra da Argélia: 1954
“É melhor ser livre para governar bem ou mal
a si próprio do que ser governado por outros”.
Kwane Nkrumah
Temos mil rifles e espadas
Objetivo e coragem pra lutar.
Só queremos o nosso país,
Uma terra para chamar de lar.
Liberdade, igualdade e fraternidade
Também lutamos por esses ideais.
Mesmo sendo utópico o sonho
Não posso desistir dele jamais.
A sombra do império
Consome tudo ao redor.
Em todos os hemisférios
A cada dia, tudo fica pior.
São simples homens
Em pedestais tão altos.
Uma hora eles caem
Seus discursos são tão falsos.
O inimigo pressiona
Dispara os seus canhões,
Ninguém ira ouvir
O lamento de milhões.
A morte passeia
Entre mortos e feridos
Senti realizar-se seu intento
E esboça um insano sorriso.
Aviões em bombardeio
Não temos medo, vamos avançar
Quando virem nossa coragem
Vocês é que vão recuar!
“Se Deus não existe, então tudo é permitido”
Dizem os Irmãos Kramanazov.
Vou brindar como revolucionário
Meu drink é um coquetel Molotov.
Obrigado pela leitura!
Caliel Alves.
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