Poesia não tem fronteira (pois a língua nem da língua precisa pra ser falada);
É lua numa ramada, suspiro na madrugada, é fruta cristalizada;
Há até poesia no nada...se nada lhe atrapalhar.
Poesia dita em olhar, num brinde à beira da estrada; macumba de encruzilhada, até no cheiro do ar;
Poesia, de balbuciar, de encher balão de festa; poesia escrita na testa em neon rosa e lilás...
Poesia naquele ás que faltava na tua mão; poesia em terra do chão, poesia no olhar pra trás.
Não precisa ter cadência poesia que não é estrela; não precisa merecê-la, não precisa ser sensata...
Há poesia até em bravata, e naquela borboleta (que amarela-roxa-e-preta escapou de ser gravata)...
Há a poesia que mata; quantos “morreram de amor”?...vistas de um retrovisor, nas frestas de tantas portas;
Poesias tatuadas tortas;“poesias” de banheiro; poesias de caminhoneiro, de gatos em par de botas.
Poesia inspira a ação de viajarmos parados.
Poesia é inspiração.
E escrevê-la é sensação de um texto em rolar de dados...
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