Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
mata borrão
mata
José Luiz de Souza

Resumo:
o consumo e a bestialização do ser humano.

Mata borrão
A
sociedade não possui mais formas, o tempo não é linear, os papéis são definidos pelas etiquetas e modismos. Assim, doravante somos volúveis e superficiais, somos o planeta virtual, temos agora mil amigos no Facebook, milhares de contatos no whatsapp (e sempre estamos sozinhos na calada da noite). A internet destruiu as barreiras, e consolidou o mundo globalizado, nada está tão longe, tudo se aproximou com exceção a miséria, esta sim, continua distante dos nossos olhos, obviamente a miséria, a fome, doenças e outras coisas do flagelo humano não sensibilizam, é o outro, eles estão muito distantes, e somos incapazes de enxergar suas feridas. E as emoções agora são construídas dentro de algo parecido com um programa de auditório. A poesia, a música e a literatura perderam espaço para um novo e padronizado modelo de sentimento, as emoções são análogas, a capacidade de se embravecer-se com o caos social são características de alguns desequilibrados. Cresce assustadoramente a idolatria ao fast food, que é uma demonstração da nova relação com tempo, devoramos o alimento de forma padronizada e com toda a rapidez da linha de produção, os olhares dos desafortunados que jazem na fila é assustador. E a insana submissão aos padrões estéticos, agora de nada convém, ambicionamos carboidratos, proteínas, gorduras, açúcar e um comprimido de omeprazol. Não esqueça o bom senso, leia atenciosamente o cardápio e peça um Big qualquer coisa, em seguida não esqueça que o refrigerante deve ser Diet, e as batatas fritas devem estar bem sequinhas e estupidamente mergulhadas no catchup, e como um bom cidadão não se esqueça de descartar o lixo no lugar certo. Depois do dilúvio nunca uma civilização se preocupou tanto com os animais, estamos vivendo uma humanização dos animais, onde temos o surgimento de um novo código linguístico canino, a intensidade afetuosa com os animais e determinada pela moda. Sim, os animais andam com reluzentes indumentárias, obedecendo às características das estações do ano, sua alimentação é balanceada e rigorosamente controlada por veterinários, o bichinho humanizado deve obedecer a uma rígida dieta, o dito popular que o cão é o melhor amigo do homem, é de fato verdadeiro, contradizendo uma frase de uma música “Troque o seu cachorro por uma criança pobre”. (Leo Jaime)


Biografia:
Formado em História (universidade de Mogi das Cruzes
Número de vezes que este texto foi lido: 61664


Outros títulos do mesmo autor

Crônicas Prelúdio II José Luiz de Souza
Crônicas mata borrão José Luiz de Souza
Crônicas O senil e o cubo mágico José Luiz de Souza
Crônicas O senil e o cubo mágico José Luiz de Souza
Crônicas O senil e o cubo mágico José Luiz de Souza


Publicações de número 1 até 5 de um total de 5.


escrita@komedi.com.br © 2025
 
  Textos mais lidos
Os Dias - Luiz Edmundo Alves 63151 Visitas
Jornada pela falha - José Raphael Daher 63094 Visitas
O Cônego ou Metafísica do Estilo - Machado de Assis 63009 Visitas
Negócio jurídico - Isadora Welzel 62940 Visitas
Namorados - Luiz Edmundo Alves 62937 Visitas
Viver! - Machado de Assis 62895 Visitas
Insônia - Luiz Edmundo Alves 62885 Visitas
A ELA - Machado de Assis 62837 Visitas
PERIGOS DA NOITE 9 - paulo ricardo azmbuja fogaça 62827 Visitas
Eu? - José Heber de Souza Aguiar 62758 Visitas

Páginas: Próxima Última