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mata borrão
mata
José Luiz de Souza

Resumo:
o consumo e a bestialização do ser humano.

Mata borrão
A
sociedade não possui mais formas, o tempo não é linear, os papéis são definidos pelas etiquetas e modismos. Assim, doravante somos volúveis e superficiais, somos o planeta virtual, temos agora mil amigos no Facebook, milhares de contatos no whatsapp (e sempre estamos sozinhos na calada da noite). A internet destruiu as barreiras, e consolidou o mundo globalizado, nada está tão longe, tudo se aproximou com exceção a miséria, esta sim, continua distante dos nossos olhos, obviamente a miséria, a fome, doenças e outras coisas do flagelo humano não sensibilizam, é o outro, eles estão muito distantes, e somos incapazes de enxergar suas feridas. E as emoções agora são construídas dentro de algo parecido com um programa de auditório. A poesia, a música e a literatura perderam espaço para um novo e padronizado modelo de sentimento, as emoções são análogas, a capacidade de se embravecer-se com o caos social são características de alguns desequilibrados. Cresce assustadoramente a idolatria ao fast food, que é uma demonstração da nova relação com tempo, devoramos o alimento de forma padronizada e com toda a rapidez da linha de produção, os olhares dos desafortunados que jazem na fila é assustador. E a insana submissão aos padrões estéticos, agora de nada convém, ambicionamos carboidratos, proteínas, gorduras, açúcar e um comprimido de omeprazol. Não esqueça o bom senso, leia atenciosamente o cardápio e peça um Big qualquer coisa, em seguida não esqueça que o refrigerante deve ser Diet, e as batatas fritas devem estar bem sequinhas e estupidamente mergulhadas no catchup, e como um bom cidadão não se esqueça de descartar o lixo no lugar certo. Depois do dilúvio nunca uma civilização se preocupou tanto com os animais, estamos vivendo uma humanização dos animais, onde temos o surgimento de um novo código linguístico canino, a intensidade afetuosa com os animais e determinada pela moda. Sim, os animais andam com reluzentes indumentárias, obedecendo às características das estações do ano, sua alimentação é balanceada e rigorosamente controlada por veterinários, o bichinho humanizado deve obedecer a uma rígida dieta, o dito popular que o cão é o melhor amigo do homem, é de fato verdadeiro, contradizendo uma frase de uma música “Troque o seu cachorro por uma criança pobre”. (Leo Jaime)


Biografia:
Formado em História (universidade de Mogi das Cruzes
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