Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Rapunzel
A caminho da libertade
Paula Vianna

Era uma vez uma linda garota chamada Rapunzel. Rapunzel tinha cabelos longos, muito longos, mas tão longos que se arrastavam no chão. Ela morava com sua tia em uma torre bem alta que ficava escondida no meio de várias montanhas.

     A tia de Rapunzel era uma senhora muito mal humorada e não deixava a menina sair da torre. A linda garota mal se lembrava da sua vida antes de ir morar com a tia naquela masmorra. Ás vezes ficava horas chorando, olhando a fotografia de sua mãezinha, lembrava-se dos passeios que fazia com a mãe num belo jardim que havia perto da casa em que moravam. Sua mãezinha havia morrido e Rapunzel não conhecera seu pai, pois ele abandonara a mãe quando estava grávida da menina.

     A pobre menina era proibida de sair da torre, pois sua tia não queria que ela tivesse contato com outras pessoas. A velha achava que Rapunzel poderia sofrer más influências, envolver-se com pessoas ruins e acabar sofrendo. No fundo, a tia não prendia a menina por mal, achava que estava protegendo a garota, tinha medo que Rapunzel sofresse como sua mãe sofreu, quando o marido a abandonou grávida. Assim, os únicos amigos da jovem eram os passarinhos que pousavam nas janelas da torre e os livros que a tia sempre lhe dava.

     Um belo dia, Rapunzel cantava uma bela melodia, sentada perto da janela de seu quarto. Ela estava sozinha na torre, pois sua tia havia viajado até uma cidade próxima para comprar alimentos, remédios e livros. De repente a garota avistou um cavaleiro que se aproximou, olhou bem para Rapunzel e disse que se apaixonou à primeira vista por ela. Ele jurou que salvaria agarota da torre e se casaria com ela. Ele era um rapaz bonito, falava bem e parecia estar sendo verdadeiro.

     Rapunzel lembrou-se dos conselhos da tia que sempre dizia para não confiar em estranhos, mas, ao mesmo tempo, olhou aquele belo jovem que falava tão bem e ficou com dúvidas sobre o que deveria fazer. Como a garota era muito esperta, pois já tinha lido e vivido em sua imaginação várias histórias, refletiu um pouco e decidiu não tomar decisões precipitadas.
     - Caro cavaleiro, fico muito feliz em ouvir as suas palavras, mas o seu convite de casamento foi um tanto repentino. Peço um tempo para pensar sobre o assunto, amanhã volte aqui que lhe darei minha resposta. Disse gentilmente Rapunzel.

     O rapaz não gostou muito da resposta, mas acabou aceitando o pedido da bela jovem, voltaria no dia seguinte à torre.
     Rapunzel acompanhou o cavaleiro, da janela de seu quarto, até ele e seu cavalo desaparecerem no horizonte. Começou a refletir sobre o ocorrido e sobre sua vida. Ela não estava feliz com sua vida daquele jeito, queria poder sair da torre, ir à cidade, conhecer pessoas, fazer amigos, frequentar a escola e poder trabalhar. Nada disso sua tia a deixava fazer, pois dizia que os livros ensinavam tudo que precisava saber e que a menina não precisaria trabalhar. Para tia, as pessoas eram falsas e amigos verdadeiros não existiam.
     Rapunzel concluiu que estava na hora de mudar, ela tinha o direito de viver, pois isso chegou à conclusão de que iria embora da torre. Agora ela tinha que decidir se iria se casar com o cavaleiro ou não. Pensou nas palavras apaixonadas do moço e no convite de casamento. Ela sabia que casamento era algo muito sério e achou a proposta do cavaleiro um tanto imprudente. Não, ela não se casaria com aquele rapaz, pois mal o conhecia, não sairia dos comandos da tia para ter outro a quem seguir. Pela primeira vez na vida, Rapunzel decidiu que seria dona de sua vida e a sua salvadora.

     A garota arrumou suas coisas, escreveu uma carta de despedida para a tia, fez uma corda de lençóis e desceu da torre. Quando pôs seus pés no chão, sentiu-se muito bem, pois viu que foi capaz de se libertar sozinha daquela que tanto tempo foi sua casa. Deu seu primeiro passo liberta e foi à procura de seus sonhos.

     Quando o cavaleiro retornou no outro dia, não encontrou ninguém na torre, ficou decepcionado, pois não via a hora de achar uma moça para casar. Voltou triste pelo mesmo caminho de onde veio, pensando nas louças e roupas que teria de lavar, a comida que teria de cozinhar, os animais que teria de alimentar. Rapunzel com certeza faria muita falta ao jovem, pois esse precisava de alguém para lhe ajudar em sua fazenda e não tinha condições de pagar um funcionário. Uma esposa viria muito ajudar.


Biografia:
Número de vezes que este texto foi lido: 52818


Outros títulos do mesmo autor

Contos A negrinha dos olhos tristes Paula Vianna
Infantil O fogãozinho deficiente Paula Vianna
Poesias Consuma Paula Vianna
Poesias Chicchirichi, chicchirichi, chicchirichi Paula Vianna
Contos Rapunzel Paula Vianna


Publicações de número 1 até 5 de um total de 5.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
JASMIM - evandro baptista de araujo 68980 Visitas
ANOITECIMENTOS - Edmir Carvalho 57900 Visitas
Contraportada de la novela Obscuro sueño de Jesús - udonge 56726 Visitas
Camden: O Avivamento Que Mudou O Movimento Evangélico - Eliel dos santos silva 55804 Visitas
URBE - Darwin Ferraretto 55057 Visitas
Entrevista com Larissa Gomes – autora de Cidadolls - Caliel Alves dos Santos 54980 Visitas
Caçando demónios por aí - Caliel Alves dos Santos 54858 Visitas
Sobrenatural: A Vida de William Branham - Owen Jorgensen 54850 Visitas
ENCONTRO DE ALMAS GENTIS - Eliana da Silva 54752 Visitas
O TEMPO QUE MOVE A ALMA - Leonardo de Souza Dutra 54720 Visitas

Páginas: Próxima Última