SORRIA MARGARIDA
Nos ombros eu que te faço nuance,
ternura de rosas, ventos de março...
Sentindo a púrpura levianidade dos corpos,
Morrer é trepidar, carlatear em nuvens de terra. Ser ao ponto de raiz, enterrado.
Morrer... finalmente lágrimas de sangue!
E olhares estupefatos. Horrores de um semblante de névoa.
Talvez, as Rosas do caixão tenham pena do corpo que cobrem!
Talvez haja vida após a morte! Talvez não.
Deus, Zeus, Maomé, Jeová.Bem, que um destes tenham misericórdia de nós.
A vida é rápida demais... Vivo, morto. Pensando ao ar livre
O sonho se torna infindo e nós nos tornamos preguiçosos.
Longe Tão Distantemente Longe. 2m12cm, uma ruela.
Tanto dizem os algozes, nada falam!
Os olhinhos ternos d' uma criança a chorar a morte de sua mãe.
Rio se faz de lágrimas... abundantes e salgadas,
Tristes e sem rumo. Tristes e sem rumo porque chorar dói demais,
E se nada é capaz de curar essa dor
O remédio é chorar no céu. Chuva!
Ladrilhos de uma mãe que imutavelmente ama seus filhos,
Onde quer que esteja. Eternamente imortal.
O galo cantou... aurora a despontar!
Cheirinho de saudade no ar...
Cadê você, Luz da manhã?
Meu dia sem te não é nada!
Ah, ânsia descomunal que tira a eufonia dos sabiás,
O verde das copas, os milagres dos santos.
A janela da nostalgia, a alma em êxtase de sono.
Oh, Mãinha, margarida dos meus risos, volta por favor!
Volta, meu amor. Estou muito triste,
E preciso mais que nunca do teu colo, do teu abraço...
Mãe.
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