Suplício
Ardendo à flor da pele eu vou errante,
Marcada pelas dores do passado,
Igual bovino em pasto abandonado,
A ruminar os restos da vazante.
Caminho, mas meu passo é vacilante.
E em cada beco vejo madrugada,
E as marcas desta dor tão desgraçada,
Cortando minha carne, é desgastante.
Crivada de tormentos e desgostos,
Em póstumas lembranças vou vivendo,
Igual um moribundo, morta em vida.
Assim, eu vou cumprindo esta sentença,
Até que se esmaeça no meu peito,
A dor que me trucida e me enferruja.
Edith Lobato – 31/08/14
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