Noite vem!
Noite vem! Vem solidão,
Entrelaça meu barco,
Cheio de lembranças tuas.
Navega minhas águas.
Despe minh’alma,
Ondeia meu coração.
Noite vai, vem o dia!
O sol tem o calor
Da paixão que carrego.
Eu me entrego a lascívia do sonho
De te pensar na maciez da alcova,
Sobre os lençóis de linho,
Na efervescência do desejo.
Todo o sentimento ali,
No delírio da paixão,
No textura do tato,
No sabor do paladar,
No sentir do olfato,
E dos sons abduzindo a audição.
Tu e eu, barcos distantes,
A desejar a consumação do amor.
Na paz de um lugar qualquer,
Um vinho, uma música,
Nós dois, ainda, viveremos
O sentimento lúcido,
Que abrasa nossas almas,
Nestes mares distantes.
Edith Lobato – 02/08/14
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