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VINUM VITA EST
Rubemar Costa Alves

Latim “In vino veritas.” - No vinho está a verdade. (Alceu, poeta grego, 630 / 580 a.C.)
          Particularmente não tomo bebida alcoólica, mas não sou abstêmio em literatura.
          Não sei se foi o primeiro pileque brabo da história - a parreira do Paraíso era só vestuário? -, mas Noé-agricultor (aquele do zoológico em pleno mar) plantou uma vinha, ainda não havia Internet com receitinhas, mas fez e bebeu vinho, embriagou-se e apareceu nu bem no meio da tenda; sem “espiarem”, os três filhos puseram-lhe pelas costas uma capa sobre os ombros. Versão de que não teve cirrose e viveu um total de 950 anos. Tempos depois, Lot estabelecera-se numa caverna da montanha com duas filhas e a mais velha planejou o embriagarem, pois não havia outro homem na região para casamento; daí, ele bebeu muito vinho certa noite, não ‘percebeu’ nada, na noite seguinte idem, e dos ‘filhos-netos’ Moab e Ben-Ami surgiram as tribos dos moabitas e dos amonitas. Versão de que... não, EU parei aqui esta espantosa pesquisa familiar. Mais algum tempo, Salomão, outro grande bebedor de vinho, casou com a filha do faraó; até hoje sua sabedoria, sua inteligência penetrante (grande poeta!) e sua justiça são citadas (tentar cortar ao meio um menino vivo foi um golpe de mestre: duas mulheres tagarelas... bah! - nesse dia ele estava sobriozinho, garanto); levou 13 anos para construir seu palácio; reinou sobre Israel 40 anos; e, além da filha do faraó, amou muitas mulheres estrangeiras - moabitas, amonitas, edomitas (não sei se alguma Rita, como na canção do CBH/1972), sidônias e hitéias. Como outros disseram posteriormente em latim: “Vino vita est.” / Vinho é vida.
          Tempos muito depois ainda, o vinho tornou-se um símbolo sagrado presente na sinagoga (recitação do kidush - prece da santificação - sobre o vinho na noite de sexta-feira) e na igreja católica, “o sangue derramado de Cristo na cruz” - EU absolutamente não contesto o contexto.
          Os fenícios usavam, há 3.000 anos, ânforas de barro (potes bojudos) para transportar vinho pelo Mediterrâneo. Os antigos romanos idem ibidem e levaram essas técnicas de fermentação para a Península Ibérica, utilizadas até o final do século XIX no Alentejo, Portugal, ‘vinho de talha”, tradição antiquíssima. Modernamente com sabor leve e refrescante - frutado e floral, e com especiarias e mineralidade, embalagem igual àquela dos velhos tempos.
          Há uma versão de que, como ponto positivo, o vinho tinto protege o sistema cardiovascular: 150ml, 108 calorias, são suficientes em cada dia... (Em casa, aproveitando uma doce hora de amor, alertarei a ELA que vinho aumenta o peso, isto é, faz engordar.)
          No CADEG, centro de abastecimento carioca inaugurado em 1962, atacado e varejo, degustações organizadas por lojas que foram pouco a pouco se instalando no local - perfil dos sábados. Há restaurantes sem carta de vinho, pois o freguês compra o vinho na loja e “paga a rolha” na hora da refeição. Sábado?! Ora, pois, pois... dia de festa portuguesa, com música, danças folclóricas e comes-e-bebes típicos da “santa terrinha do outro lado do mar”.........
      
                  F I M





Biografia:
PARVUS IN MUNDUS EST. (O MUNDO É PEQUENO DENTRO DE UM LIVRO) Ser dedicado, paciente, ousado, crítico, desafiador e sobretudo enlighned são adjetivos de um homem cosmopolita que gostaria de viver mais duzentos, ou quem sabe trezentos anos para continuar aprendendo e ensinando. Muitos de nós acreditam que uma vida de setenta, oitenta anos é muito longa, contudo refuto esse pensamento, pois estas pessoas não sabem do que estão falando. Sempre é tempo de aprender, esquadrinhar opiniões, defender, contestar ou apoiar teses, seguir uma corrente filosófica (no meu caso, a corrente kantiana), não necessariamente crer num ser superior, mas admirar e respeitar quem acredita nele. Entender a diversidade de costumes e culturas denominados de forma polissêmica nas diferentes partes do mundo, falar um ou dois idiomas, se perguntar o porquê e tentar encontrar respostas para as guerras, a segregação racial, as diferenças étnicas, o fanatismo religioso, o avanço tecnológico, o entendimento político. Enfim, apenas estes temas já levaria uma vida para se ter uma compreensão média. A leitura é o oráculo para estas informações, é ela que torna o mundo cada vez menor capaz de se acomodar nas páginas de um livro. É por isso que se diz que não há fronteiras para quem lê. Atualmente as pessoas confundem Balzac com anti-inflamatório, Borges com azeite, Camilo Castelo Branco com rodovia estadual, Lima Barreto com laranja de determinado município paulista, Aristóteles com marca de carro e por aí vai. Embora, eu tenha dissertado sobre o conhecimento culto, os meus trabalhos publicados aqui demonstram o dia a dia das pessoas comuns narrados através de divertidas e curiosas estórias. Meu público alvo são as mulheres. É para elas que escrevo, pois são elas possuidoras de sensibilidade capaz de entender o conteúdo do meu trabalho.
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