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MARIDO DE ALUGUEL
Rubemar Costa Alves

Apareceu a “novidade” (novidade?) na telenovela......... porém estes serviços já existiam e passaram agora a existir em muito maior quantidade.
          Vizinhos. ELA, uma enrolada de primeira, apenas achava chiquérrima a independência (no dicionário, palavras no gênero gramatical feminino: ‘liberdade, autonomia, emancipação’... - quem disse isto?) de morar sozinha; ELE, um desenrolador de primeira, apenas não profissional do “ofício” citado, embora mexendo ou justamente porque há anos lidasse com máquinas... que não usam saias nem sofrem de TPM.
          Morria de medo de trocar bujão de gás, arriscou chamar, vizinho lado a lado, o cara veio. A escada tremeu. Como trocar a lâmpada queimada? O coitado veio. Uma folha de papel digitada escorregou para baixo de um móvel pesado. O Gigante fortudo veio, apenas esvaziou pela metade, empurrou “facilzinho” (pensamento dela). Fez compras no supermercado, na porta de casa o taxista mudou o preço acertado, pediu um valor exorbitante, por sorte ELE ia passando, aquela figura ostensiva de chamar a atenção “do mundo” (pensamento dela), o homem rapidamente se desculpou, bastavam 5 reais (“Só?” - ELA deu 10), tinha sido um desagradável engano...
          Passou a tocar a campainha dela antes das 6 horas, saindo para o trabalho: “Está precisando de mim para alguma coisa, algum serviço?”
          Num outro dia, ELE levou camisa para ELA pregar o botão. Num outro dia, ELE pediu orientação sobre como organizar livros numa estante larga e do chão até o teto. Em poucos dias, ELA passou a corrigir textos dele, contista cheio de ideias, um tanto vazio de minuciosas regrinhas gramaticais, ELA especialista - muitas broncas (ELE, inteligente, ah, fingia dúvidas, somente para irritá-la): “Não explico além de 3 vezes.”
          Convidou-o para acompanhá-la a uma festa. Secretamente queria exibi-lo (Cigano?), mas não seria decente falar. Ah, mas quando ELA começou a conversar numa rodinhas de amigos (no dicionário, palavra no gênero masculino), ELE a pegou pelo braço, justificou que ELA estava muito cansada (adorou o gesto de “macheza ciumística”!), foram para o estacionamento, beijou-a no alto da cabeça e levou ainda cerimoniosamente para a casa... dela. Silêncio total no carro. Entrou. Reação foi bater com a porta na cara dele.
          Pensando bem, estavam parecendo MARIDO e MULHER. Casaram de verdade.
          Gatão e ratinha. Contraste harmonioso.


               F   I   M




Biografia:
PARVUS IN MUNDUS EST. (O MUNDO É PEQUENO DENTRO DE UM LIVRO) Ser dedicado, paciente, ousado, crítico, desafiador e sobretudo enlighned são adjetivos de um homem cosmopolita que gostaria de viver mais duzentos, ou quem sabe trezentos anos para continuar aprendendo e ensinando. Muitos de nós acreditam que uma vida de setenta, oitenta anos é muito longa, contudo refuto esse pensamento, pois estas pessoas não sabem do que estão falando. Sempre é tempo de aprender, esquadrinhar opiniões, defender, contestar ou apoiar teses, seguir uma corrente filosófica (no meu caso, a corrente kantiana), não necessariamente crer num ser superior, mas admirar e respeitar quem acredita nele. Entender a diversidade de costumes e culturas denominados de forma polissêmica nas diferentes partes do mundo, falar um ou dois idiomas, se perguntar o porquê e tentar encontrar respostas para as guerras, a segregação racial, as diferenças étnicas, o fanatismo religioso, o avanço tecnológico, o entendimento político. Enfim, apenas estes temas já levaria uma vida para se ter uma compreensão média. A leitura é o oráculo para estas informações, é ela que torna o mundo cada vez menor capaz de se acomodar nas páginas de um livro. É por isso que se diz que não há fronteiras para quem lê. Atualmente as pessoas confundem Balzac com anti-inflamatório, Borges com azeite, Camilo Castelo Branco com rodovia estadual, Lima Barreto com laranja de determinado município paulista, Aristóteles com marca de carro e por aí vai. Embora, eu tenha dissertado sobre o conhecimento culto, os meus trabalhos publicados aqui demonstram o dia a dia das pessoas comuns narrados através de divertidas e curiosas estórias. Meu público alvo são as mulheres. É para elas que escrevo, pois são elas possuidoras de sensibilidade capaz de entender o conteúdo do meu trabalho.
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