Por Carlos Bernardo González Pecotche (Raumsol)
Geralmente, os que tomam contato com a Logosofia observam algo nela que não podem definir; é sua força, que atrai, que entusiasma e promove no ser interno uma série de movimentos que lhes fazem experimentar a necessidade de superar a si mesmo.
Todavia, à medida que se conectam com um ou outro ensinamento, advertem que não os podem abarcar; e, não obstante compreender que eles devem acondicionar-se à própria vida, a inércia mental faz com que, mais de uma vez, se esfume o efeito produzido ao escutá-los ou lê-los. Apesar disso, fica a recordação deles, sentindo como se esvoaçassem na mente, a modo de brisa matinal, que convida a despertar.
Tudo isso não é suficiente ainda para definir essa particularidade da Logosofia. E tal fato não acontecerá enquanto não se dominar a fundo o conhecimento que permita colocar dentro do ser um crescente número de ensinamentos, aos quais possa prodigar toda a atenção e o calor do afeto que merecem. Sem dúvida, essa particularidade se manifesta quando o incipiente investigador da Logosofia, em seu afã de que o ensinamento permaneça dentro dele, busca comunicar aos demais o pensamento logosófico, como uma necessidade interna.
O conhecimento logosófico cria um mundo novo e real
Ao comunicá-lo, nota como se prontamente aflorassem em sua mente múltiplas ideias, que aparecem como imantadas por uma força interna que antes não possuía; é que aquilo que começa a compreender atrai muitos dos ensinamentos que acreditou esquecidos. Deste modo adverte que, nessa comunicação ao semelhante, encontra o prazer de sentir como os ensinamentos logosóficos permanecem nele; a cada palavra que pronuncia segue, como compensação, a recordação de muitas daquelas imagens que, plasmadas um dia em sua mente, por esquecimento, por descuido ou por inércia, foram se apagando até desaparecer.
Veja, pois, quão conveniente é o treinamento, o constante movimento de tudo o que, dentro da mente, vai formando parte da vida e que deve encontrar seu encaminhamento definitivo como orientação fixa e inalterável.
Porém, não obstante a circunstância anotada, que, penso, muitos têm experimentado, existe outra que tem igual virtude. Com efeito, quando não há ninguém a quem comunicar o pensamento logosófico, busque o que está mais próximo de você, dirigindo-se ao seu próprio ser interno. Formule perguntas, tal como um semelhante o faria com você; assim, em vez de ser outro quem as formule, poderá fazer perguntas a si mesmo, e ver como, em resposta a tais perguntas, afloram pensamentos que, em muitos casos, não havia sequer suspeitado que pudessem corresponder tão solicitamente ao chamado da inteligência.
O conhecimento logosófico cria um mundo novo e real. Tudo que é novo por si mesmo atrai, mas este mundo novo tem, ademais, a virtude de tornar agradável essa realidade que oferece, sem que se sinta dor alguma, quando o ilusório vai se dissolvendo gradualmente até desaparecer.
Trechos extraídos do livro Introdução ao Conhecimento Logosófico, p. 277
Carlos Bernardo González Pecotche
Enviado por Sinval em 13/11/2013
Código do texto: T4569490
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