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Eu quero um show
Germano Anderson


Estou em uma sala ,chão sujo,muito sujo,marcas pretas se espalham nele.me sinto meio tonto,como se tivesse levado uma grande pancada na cabeça,começo a perceber o meu corpo,estou sentado em uma cadeira, meus braços estão amarrados ao redor dessa cadeira,tento levantar um pouco o olhar,escuto uma voz “então finalmente a bela adormecida acordou hein? Estava na hora... vamos começar o show” eu finalmente consigo olhar para o rosto dono da voz,aquele rosto... sim,era ele... agora eu me lembro.era um dia especial para mim e minha namorada,dois anos de namoro,estava feliz,não era um cara muito ligado em relacionamentos ou nesses tipos de datas mas estava feliz por está com ela,marina,minha louca marina,ela era uma advogada,nunca achei que iria namorar alguém por tanto tempo,ainda mais uma advogada,e uma advogada que lutava pelas causas do meio ambiente.eu... bem,eu tinha montado uma pequena empresa,tinha dado certo,uma empresa de bebidas,agora já era a terceira maior da região.tínhamos uma boa vida juntos.já dividíamos um apartamento havia 6 meses. E aquela era nossa noite,saímos para comemorar,eu não gostava muito de sair mas marina gostava,e por mariana eu aceitava muita coisa.primeiro fomos jantar,era um dos melhores restaurantes da cidade obviamente,pelo menos é o que se dizia,eu achei a comida bastante parecida com qualquer outro restaurante.mas marina estava radiante,estava com um vestido preto e se eu tivesse que chutar diria que havia uma calcinha e sutiã preto também,ela sabia que era a minha cor favorita ainda mais em seu corpo dono de um branco tentador.eu estava de blazer,era a única coisa notável.quando terminamos de jantar prometi levar ela no meu local favorito da cidade,era uma torre abandonada que ficada em parte praticamente desabitada da cidade,eu sempre fui fixado por locais altos e solitários.ela teve um pouco de receio de subir mas eu convenci ela.deixamos o carro parado o mais próximo possível da torre que era cercada por pequenos matos e fomos em direção a ela. Os matos machucaram um pouco a perna dela,mas marina me conhecia,sabia que eu gostava dessas coisas excêntricas e na verdade ela era bem mais aventureira que eu.acostumada a fazer viagens para locais exóticos e praticar coisas mais exóticas ainda,mas naquele dia o medo pegava mais ela do que eu.chegamos a torre,não era bem uma torre,era algo bem alto que possuía uma escada no meio,nunca me perguntei o que era aquilo de verdade ou que deveria ser,mas eu gostava de lá,eu fui na frente.chegamos em cima onde tinha um plataforma para ficar sentado e assim fizemos.dali a cidade parecia uma grandiosa obra de arte.ficamos nos beijando por muitos minutos e de alguma forma muito artística até conseguimos fazer amor ali em cima,mas nem de longe foi tão bom quanto fazer em uma cama.mas deve ter sido uma imagem muito bonita,ela cavalgando em cima de mim e as luzes da cidade inteira ao fundo.depois que terminamos ficamos mais um pouco por ali em silêncio e decidimos que era hora de voltar.descemos os degraus,passamos pelo mato e quando caminhei para a minha porta e abrir o carro eu vi aquele rosto correndo atrás de marina mas antes que eu pudesse lhe avisar sentir algo frio batendo em minha cabeça e apaguei.e agora ali estava eu,amarrado a uma cadeira e de cueca,não possuía nada tapando minha boca,tinha uma parte da sala que ainda permanecia bastante escura.achei que tivesse alguma coisa por ali,mas não havia tempo para isso.tinha que me focar no rosto a minha frente e entender a situação.sempre fui capaz de manter a calma em situações desesperadoras agora não era a hora de perder isso,na época de escola diziam que eu era a frieza de farda,agora era o momento de ser a frieza de cueca.olhei para o homem e tentei não falar o óbvio
-bem,considerando que nem o rosto tu se incomodou em cobrir,acho que não vou sair daqui vivo...
Ele soltou um rizinho,digno daqueles vilões meia boca de filmes meia boca
-vejo que temos um homem esperto por aqui,não é a toa que chegou onde chegou.
Chegou onde chegou...
-então isso tudo é só porque eu não quis vender a minha empresa?
-mas já? Pensei que iria demorar para descobrir
o modo como ele respondeu aquilo mexeu comigo,duas deduções tão rápidas deviam mexer com qualquer bandido sem cérebro,mas ele não era sem cérebro,isso era um problema. E também parecia haver um certo sarcasmo naquelas palavras
-se vocês fossem só bandidos,teriam me matado em vez de me trazer aqui,o que significa que querem algo de mim...
-sim,nós queremos algo de você
-a minha empresa? Não pretendia vender ela,mas assim fica difícil dizer não
-ah,sim,sua empresa... o chefe queria mesmo ela mas não é isso que ele quer mais,o que queremos é outra coisa nesse momento.ele se levantou,caminhou para a parte que ainda permanecia escura na sala,a luz se acendeu e vi que meu maior medo estava correto.marina estava no canto da sala,amarrada,amordaça e só de calcinha e sutiã,pretos como eu havia suspeitado.aquela situação toda se tornava cada vez pior.eu parei para reparar no homem,alto,provavelmente mais de um metro e oitenta,costas largas,braços fortes e cabelo loiro cortado baixo.e também reparei na sala,paredes todas muito cinzas exceto a parede a minha frente,essa era totalmente preta,como um telão de cinema.o loiro,como eu resolvi batizar ele,caminhava em direção a mariana,passou a mão em seus cabelos e desceu,chegou até seu seio esquerdo e massageou um pouco mariana fazia “humm” “humm” com a boca e tentava se mexer mas era inútil e eu sabia.então abri a boca
-se você não quer minha empresa então o que busca de mim? minha calma ainda não tinha me traído,não importava o quanto a raiva começava a me dominar,bancar o herói seria de uma inutilidade tremenda.
- o que eu quero de você? Eu quero nada... mas meu chefe quer,ele quer um show de vocês.
Um show...
Aquela frase estava me perturbando.ele largou o seio de marina e caminhou em minha direção.
-um show? Mas eu nem fiz faculdade de teatro
Ele soltou mais uma vez aquele risinho
-mas vocês dois são os maiores artistas dessa cidade
Vocês dois...
-vamos fazer uma aposta grandalhão?
-uma aposta?
-sim,eu aposto como eu sei o motivo para nós estarmos aqui e o motivo porque somos eu e ela e não outra pessoa que estão aqui. Se eu acertar você solta ela
-e porque eu faria uma aposta contigo?você está amarrado eu posso fazer o que eu quiser.
-tu disse que queria um show certo? Eu posso te ajudar a dar esse show...
-eu ainda não vejo vantagem nisso,mas tudo bem,entretanto se você errar eu vou estuprar sua mulher na sua frente. Você aceita a aposta,senhorzinho?
Estuprar na minha frente...
Os olhos de marina vem em direção aos meus,assustados como um coelho na boca de um leão.mas não importava,aquela era nossa única chance.
-sim,eu aceito!
-então vamos lá,me diga porque são vocês dois que estão aqui e porque vocês dois.
-somos eu e ela que estamos aqui porque eu sou o empresário que mais subi e mais rapidamente cresceu nos últimos dois anos,sou considerado quase um gênio no mundo dos negócios e sendo assim o mais odiado entre os concorrentes e ela está aqui porque ela é a advogada do meio ambiente,aquela que luta pelas causas perdidas contra as poluições dos rios,cortes da arvores,extinção de animais,ou seja tudo aquilo que é necessário destruir para o homem crescer,ela está aqui porque é advogada mais odiada do estado e nós estamos aqui para dar um show,você pretende estuprar minha mulher enquanto eu assisto e arrancar gritos de raiva de mim e gritos de dor e lágrimas dela e essa parede preta na minha frente,é na verdade um vidro,como vocês fizeram esse vidro ou do que ele é,eu não sei,mas sei que é um pois do outro lado tem pessoas para assistir esse show bárbaro para assistir a advogada odiada sendo estuprada e o empresário odiado chorando de raiva e eu diria que são homens ricos da cidade,muito ricos,pois eu bem sei que quando se fica rico,tem que se conseguir coisas para matar o tédio e muitas pessoas tem o gosto estranho.e também quem vai pegar os ricos e poderosos a não ser os outros ricos e poderosos? Isso aqui é um show para os depravados que se tornaram ricos.o homem me encarava profundamente,não soltou o seu rizinho típico,continuou me olhando.finalmente falou
-cara... você é paranóico,pensar nessas merdas todas. E então soltou o rizinho dele. Mas você está certo,em quase tudo,não é só eu que vai estuprar sua mulher
-mas eu acertei,liberte ela.
-tudo bem,eu vou libertar ela.
Ele tirou a fita de sua boca,cortou as cordas com um canivete que tirou da cintura e então ela estava livre. E disse “pronto,está solta” marina estava descalça e então correu em minha direção “sai daqui,rápido!” ela foi em direção a porta que ficava no outro canto e abriu.foi colocando uma perna para fora e braços surgiram do outro lado,um empurrão e ela estava caindo de novo sala,agora entravam dois homens,tão altos quanto o loiro só que esses eram morenos.bateram em seu rosto e agora a seguravam quase apagada.eu olhei para o loiro.a minha calma estava sendo perdida
-você disse que soltaria ela!
-e eu soltei,você mesmo viu,não tenho culpa se os caras ali pegaram ela...
-seu filho da puta! Ele veio até mim e me acertou um soco na cara
-seu filho da puta! Outro soco
-seu filho da puta!!! Outro soco
-SEU FILHO DA PUTA!! Outro soco dessa vez eu quase apaguei,vi alguns dentes caindo... e senti o sangue descendo,estava perdido,não havia nada que eu pudesse fazer,minha mulher,minha linda mulher,minha grandiosa mulher iria ser estuprada na minha frente e não havia nada que eu,com toda minha mente,pudesse fazer.consegui levantar o rosto um pouco.já tinham tirado a calcinha e o sutiã de marina.tentei mover minha cadeira,ela estava presa ao chão.um homem já estava nu e começou a beijar as coxa de marina,ela tentou bater nele com as mãos o outro parou ela.o loiro começou a tirar sua roupa e seu rizinho estava ali.e o primeiro que tirou a roupa já estava duro e aos gritos de mariana ele enfiou dentro dela,a primeira enfiada e um “ahhhhhhhhhhhhhh” dela a segunda enfiada e um “ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh” a terceira e um “ahhhhhhh” agora as lágrimas começavam a brotar no seu rosto,tentei mover os meus pulsos,mas a corda já estava os rasgando e nada de folgar,mas não parei.e então era minha vez de gritar,a raiva tomou conta de mim,”AHHHH,EU VOU MATAR VOCÊS,UM POR UM,EU VOU...” e outro cara chegou e botou aquela coisa na boca de mariana,percebi que o meus gritos só deixavam eles mais excitados e feliz,mordi a língua e parei de gritar. E então fecheis os olhos e desisti,parei de mexer os pulsos também,só queria que me matassem.mas não seria tão fácil assim,eu escuto uma voz ela diz”abri a porra dos olhos,se tu fechar eles,a gente além de estuprar essa vadia vai matar ela também” por um momento achei que ela desejasse a morte ainda mais do que eu.mas eu não podia desistir dela.me obriguei a olhar a cena,um outro cara já tinha tomado conta do buraco restante,que cena mais brutal,sua boca,sua buceta,seu cu... a mulher que eu amei durante os dois últimos anos da minha vida estava sofrendo como nunca sofrera antes por um erro meu,se eu não tivesse levado ela naquela torre,estaríamos em casa com ela deitada em meu peito.mordi minha língua mais uma vez,dessa vez pra valer,estava tentando me matar,senti o sangue nos dentes mas não consegui prosseguir.eu era fraco,fraco demais.eles continuavam em cima dela,em baixo dela,na frente dela,os olhos dela já estavam vazios,suas mãos pararam de lutar,eu compreendi,ela estava morta para o mundo,e provavelmente quando terminassem aquilo,iriam matar a nós dois.e então eu apaguei,quando eu acordei,estava jogado no canto de uma outra sala,com marina apoiada em meu ombro,o pesadelo finalmente tinha acabado,agora era só esperar pela morte. O loiro com os dois morenos estavam na nossa frente. Ele possuía uma arma apontada para nós.
-e então,o casalzinho quer dizer algumas últimas palavras? Ah,mais uma coisa,tua dedução estava toda errada,você vai morrer e sem nem saber o porque.
Eu já tinha desistido,era o fim.mariana me olhou nos olhos,pensei em virar o rosto mas era a última vez que eu olharia para ela,decidi continuar olhando e ela falou com uma voz tão baixa quanto um suspiro “eu te odeio...” e então eu escudei um tiro.


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