Que adianta a procura sem motivo,
Sem propósito, de cunho punitivo.
Sem vacilo apontar : foi seu o erro,
O castigo será o seu desterro!
Nada vale suplicar pela clemência.
Onde diabo escondeu a indulgência?
Na gaveta cuja chave jogou fora
Ou num sonho falido de outrora?
Se rejeita uma simples oferenda,
Sei que finge . E por mais que eu entenda
O pretexto , o busílis , a razão,
Pouco importa , se ostenta o mesmo não.
Vou agora lhe propor um armistício,
Mesmo sem ser o momento tão propício.
No seu modo desconfiado entrincheirada,
Reconheça que tem sido exagerada
Tente ver se o preconceito capitula.
Baixe a guarda e agora siga a bula.
O primeiro passo quem dá não importa,
Abandone o ‘Recuar eu? Mas nem morta!
Vê se esquece esse círculo vicioso,
Arriscado, obsessivo, perigoso.
Capitule, mesmo que isso constitua
Um pouso na face oculta da lua!
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Biografia: Alexandru Solomon nasceu em Bucareste (1943), mas vive no Brasil desde os 17 anos. Ao lado de uma sólida carreira empresarial, de uns tempos para cá passou a se dedicar a uma nova paixão: a literatura. Através da sua escrita nunca deixa o leitor indiferente.
Autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar`, ´Um Triângulo de Bermudas`, ´O Desmonte de Vênus`, ´Bucareste`, ´Plataforma G` e ´A luta continua`, além de colecionar vários prêmios nacionais e internacionais por sua escrita.
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