A angústia da esperança
Faz-me louco, a tortura
Esse tempo, que loucura
Só soluça, pouco avança!
A pergunta que não cessa
E o tempo não descura
Assassino, tão bem lento
Qual seria o tal destino
Desalento, desatino?
A premissa mais certeira
É que o tempo já não cura
Já não sei se mais agüento
Qual será a minha jura?
O poema, descomposto
Já não cuida da estética
Deformado, decomposto
Esquecido é da métrica...
Foi-se ela e seus esteios
E o ritmo, já enguiça
[mas persiste...]
Não há nada tão mais tão triste
Que a preguiça dos ponteiros.
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