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- Como é que é!? - Pergunta Branca incrédula.
- Eu sinto muito dona Branca, seu Guilherme. - Diz o doutor.
- Não, não pode ser! Eu sou mãe de um aidetico!
- Minha vida... acabou! Eu sou aidetico! Não, não pode ser - diz Guilherme incrédulo, ele começa a chorar - mãe, por favor, diz que é mentira.
- Seria bom que fosse, mas infelizmente... Não menino, você tem AIDS! - Guilherme sai atordoado junto de Branca.
- Falem! O que foi? - Pergunta Osvaldo preocupado.
- Ele tem AIDS! Meu filho é um aidetico! - Diz Branca. - Que coisa horrível meu Deus! Como pode acontecer uma coisa dessas com uma família como a nossa? Temos conceito, temos dinheiro... E ele com essa doença nojenta de pobre!? - Diz Branca desprezando Guilherme. Osvaldo fica revoltado com a frieza de Branca.
- Como pode ser tão fria meu Deus!? Seu filho tem AIDS e você tá dizendo que por ele ser rico não pode ter AIDS por achar que é uma doença de pobre!? A AIDS, assim como as drogas nunca escolheu classe social. Nosso filho é a prova viva disso. - Diz Osvaldo indo arassado, Guilherme que foi tomar um ar vai chorando desconsolado, Esther a abraça, todos estão chocados.
- Ô irmão, você não faz ideia do quanto sentimos por isso. - Diz Esther arassado.
- Pai, mãe, Brenda, me abraçem, eu preciso de apenas um abraço. Ninguém se aproxima de Guilherme com exceção de Esther que está ao seu lado. Todos lacrimejam com pena de Guilherme.
- É bom saber o quanto minha família me ama! Tenham certeza que se fosse um de vocês que tivesse AIDS eu seria o primeiro a abraçá-los. - Todos ficam cabisbaixos. Guilherme sai correndo arassado. Todos choram por Guilherme desestruturados. Naquele dia mais tarde, após Guilherme ficar horas numa favela qualquer cheirando cocaína para ver se diminui a dor se ter se descoberto soropositivo, sem algum sucesso ele vai até um bar lotado no qual a banda ia apresentar, todos estão reunidos. Olívia, Jonathan e Tomás estão tensos.
- Gui! Que bom que chegou, estávamos preocupados com você! - Diz Olívia.
- Vamos ao show, ok? - Pergunta Guilherme.
- É pra já! - Diz Tomás. Eles vão ao palco e fazem um show lindo e maravilhoso como o de sempre, até que no término do show ele pega o microfone e vai até a ponta do palco, ele senta na estrutura. O resto da banda está toda aflita pois não faz nem ideia do que ele fará.
- Então né gente, o Brasil atualmente é um país de merda, onde as pessoas tem preconceitos contra tudo, principalmente os serezinhos ricos, metidos, os filhinhos de papai, como eu, mas eu sai dessa hipócrita sociedade, me tornem um marginal, um ser que está a margem da sociedade, fui excluído pois já não me aceitavam com meu estilo de vida, vida esta que agora eu descobri que será curta, bem mais curta do que eu espera. Sexo, drogas, rock’n rool e AIDS. - Todos ficam pasmos com o que Guilherme diz já sabendo que ele revelará o vírus - sim pessoal, eu tenho AIDS, sou um aidetico como diz minha mamãe. A vida é assim... Eu tive relações sexuais com tudo quanto é gente que aparecia na minha frente, não olhava cor, classe social nem o sexo da pessoa eu olhava, eu só queria saber de sexo, sexo e drogas... Eu cherei, eu fumei, eu injetei, tanto que eu nem sei se eu peguei AIDS indo pra cama com alguém ou me injetando droga, isso vai fazer diferença? Eu vou agonizar, eu vou sofrer, eu morrer do mesmo jeito. Bom pessoal, como eu já espero isso serei abandonado por todos dessa banda, afinal ninguém quer ter um aidetico por perto certo? Se até a minha própria família, sangue do meu sangue me renegou, imagina meus colegas... Foi maravilhoso enquanto durou, eu amo muito vocês público! - Guilherme dá um último beijo para o público, joga o microfone no chão e sai do palco triste. Todos no palco ficam em choque. No camarim, logo chega Olívia. Ela entra receosa e fica o mais distante possível de Guilherme.
- Guilherme, eu sinto muito. - Diz Olívia.
- É né, puta é tudo igual mesmo! Sempre que chegava assim e só tinha nós dois você vivia se esfregando em mim, do meu lado, tentando fazer eu te arrastar pra cama, mas é só descobrir que eu tenho AIDS que é o máximo possível de distância.
- Guilherme, eu passei pra avisar que por uma decisão da maioria da banda, você tá fora dela, vamos arrumar outro vocalista. - Guilherme sente seu mundo ao desabar ao ouvir com indiferença estas palavras da boca de Olívia.
- Trairas miseráveis! Quando eu tava no auge, todos do meu ladinho me bajulando, pedindo pra formar dupla comigo, mas é só decair que nem tem a coragem de dizer adeus, mandam uma biscate qualquer dizer isso. - Diz Guilherme com ódio.
- Eu te daria um tapa seu aidético! - Diz Olívia que logo se arrepende das palavras duras.
- Daria? Não vai dar porque? Tem medo de pegar AIDS me tocando? Liga não, que a vida vos de em dobro tudo aquilo que vocês me fizeram. - Diz Guilherme logo saindo, indo para seu ponto fixo, uma biqueira qualquer onde iria ficar por horas, talvez até dias usando cocaína. Enquanto isso Esther conversava com Branca em seu apartamento sobre tudo.
- Nossa amiga, que barra você deve estar enfrentando viu! - Diz Ana Carolina com pena de Guilherme.
- É, a frieza deles me incomoda bastante. Ei Ana, quer jantar na minha casa amanhã? - Ana Carolina fica pensativa.
- Ah não sei Esther. - Diz Ana indecisa.
- Ah vai por favor, é um convite todo especial. - Diz Esther. Ana Carolina pensa “se eu for vai ser uma ótima oportunidade de encontrar a minha amiguinha Branca, tenho certeza que ela e o Osvaldo tão morrendo de saudades de mim e amarão me rever”. Logo se passa o dia, todos conversam sobre Guilherme que continua se drogando, toda a família parecia de luto, só que Branca estava muito mais preocupada com o escândalo que se formava na mídia por causa de Guilherme, filho de uma família tradicional com AIDS do que realmente com o filho doente. Logo estava chegando a hora do jantar. Branca ajudava Esther preparando a mesa, só estavam ambas em casa e Brenda que estava isolada em seu quarto. Logo a mesa está pronta e a campainha toca.
- Mãe, deve ser ela, a Ana, abre lá pra ela? - Diz Esther.
- Sim filha, pode deixar! - Diz Branca indo, ela abre a porta e se depara chocada com Ana Carolina.
- Olá amiga, saudades da sua amiguinha que você não via a mais de 20 anos? Ah, creio que não, afinal você pegou tudo que é meu pra matar a saudade né!? - Diz Ana Carolina, Branca está totalmente chocada.
- Meu Deus! Como pode! É você, Ana Carolina! - Ana Carolina está totalmente chocada.
CONTINUA...
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