Quem nunca falou uma mentirinha, só pra não ficar mal, que atire a primeira pedra. A infância é o período que mais mentimos - e esta é uma verdade sustentada por psicólogos: todas as crianças mentem. E um dia você já mentiu também. Nesse período, inventar histórias é parte do desenvolvimento psíquico do ser humano.
Desde o inocente "Uma festa surpresa! Nem desconfiei..." até o famoso "Mas é claro que eu me lembro de você", dito àquela pessoa de sorriso largo e brilho nos olhos, que possivelmente, fez parte da sua vida em algum momento da sua história. Como desapontar essa pessoa que, ao perguntar "Você lembra de mim?", já está implorando por uma resposta positiva?!
Contamos mentiras não só pra nos livrarmos do peso da reprovação social, mas também por questões de sobrevivência: até mesmo vírus trapaceiam com sistemas imunológicos.
Uma mentirinha, de vez em quando, não faz mal. Elogiar aquela menina, a fim de chamá-la pra sair (mesmo quando na realidade ela seja um pouquinho diferente daquilo que foi galanteado) acaba por ser proveitoso pra ambos. Nós aprendemos, desde o começo da humanidade, a utilizar a mentira como um lubrificante social.
O problema é quando as mentiras - "inofensivas" ou não - saem mais do que verdades. Quando deixamos de ter uma identidade e inventamos outras que seriam mais aceitas, a ponto de nos perdermos entre o que é real e o que é fantasia. Quando ferimos alguém com a falta da verdade ou com a omissão dos fatos reais. Quando deixamos que a mentira vá além da etiqueta.
Ainda que fantasiar seja tentador, escolha preservar a realidade.
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