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A menina e a lagarta
Copyright© 2012 by Otaviano Maciel de Alencar Filho
otaviano maciel de alencar filho

O outono chegara, e com ele o espetacular fenômeno inerente a essa estação do ano: a queda das folhas das árvores, que, sem suficiência de nutrientes ficam amareladas e caem no chão, deixando-o com o aspecto de um imenso tapete de cor amarelo queimado. O clima mais ameno permitia às pessoas caminharem nos bosques sem se preocuparem com a exsudação excessiva, que caracteriza as caminhadas efetuadas no verão.
Em um bosque situado nos arredores de pequena cidade interiorana, situada em terreno de várzea, encontramos Victória, uma menininha de sete anos de idade, acompanhada pelos pais. Tinha cabelos longos, encaracolados da cor de mel. A Vivacidade e ternura eram visíveis, e se estampavam em seu lindo e meigo rostinho.
Caminhavam alegremente entre árvores e arbustos, quando algo na vegetação chamou a atenção da guria:
- Papai, olhe que linda lagarta! Posso levá-la para casa?
O pai da garotinha, responde:
- Meu anjo, ela realmente é de uma beleza indescritível, contudo, observe esses minúsculos espinhos que a envolvem. São mecanismos de defesa que ela utiliza para se defender, quando querem apanhá-la. Eles segregam uma substância nociva, que em contato com o corpo de outros animais causa irritação, podendo em alguns casos levar o predador à morte. Nos seres humanos causa irritações e o local fica bastante dolorido! Sabia que seu apelido é “lagarta de fogo”?
- Puxa vida, papai, mesmo assim eu gostaria de criá-la como se fosse meu animalzinho de estimação. Prometo não tocá-la, ficarei observando ela de longe, no nosso jardim!
- Filhinha, não podemos levá-la, pois seu lar é este bosque, se a retirarmos do seu habitat, certamente ela morrerá!
A pequena Victória, constrangida, esboçou carinha de choro. O papai coruja olha para sua companheira, que agora abraça a filhinha em prantos. Buscando mentalmente uma solução para o episódio, abraça ambas. Passados alguns instantes, após tentativas infrutíferas de consolo, uma idéia saltou em sua mente:
- Olhe, Vivi, façamos o seguinte: todas as manhãs viremos até aqui, visitar a “Dona lagartinha”. Você concorda? – Perguntou, acariciando a bela cabeleira da pequerrucha!
- Sim papai, amanhã cedinho vamos trazer um lanchinho para ela, está certo? – Inquiriu a pequena mocinha em sua infantil ingenuidade!
- Certíssimo, agora vamos indo que já está quase na hora do almoço e você tem escola à tarde.
Os três deixaram o bosque e voltaram para casa.
Nos dias seguintes, como combinado, todas as manhãs tinham encontro marcado com pequena taturana.
Passaram se duas semanas, e certo dia, quando chegaram ao local em que a lagarta costumava ficar, não a encontraram. A garotinha procurou-a nos arredores e não a encontrando, ficou desapontada. Seus olhinhos, já marejando, buscaram consolo nas assertivas do pai, que de pronto explicou o motivo de ela não se encontrar no local onde habitualmente ficava.
              Apontando em direção ao pequeno arbusto falou:
              - Observe isto dependurado no galho deste pezinho de limão. Trata-se de um casulo.
Continuando as elucidações, enquanto Victória ouvia com atenção suas sábias palavras, arrematou:
- Depois de algum tempo as larvas (lagartas) produzem fios de seda, que elas utilizarão na confecção do casulo em que ficarão dentro dele, até que seja chegado o momento da total transformação em borboletas! A isso chamamos de metamorfose!
Sem deixar que o pai termine as explicações, ela observa:
- Mas o casulo está sem nada dentro, cadê a borboletinha? Será que algum besouro comeu a “bichinha”?
- Não, Victória, o mais provável é que ela tenha voado para bem longe daqui.
- Mas eu quero minha borboletinha, não saio daqui sem ver minha amiguinha. - Retrucou a menininha!
- Sinto muito, meu amor, mas temos que ir.
              Tomando a mão da pequenina, retirou-a do local em que se encontravam, indo em direção a saída da mata.
A mocinha, desolada, desabou em lamentações. Repentinamente algo de inusitado aconteceu: Uma linda borboleta multicolorida ficou sobrevoando em seu redor e depois foi pousar em seu ombro direito.
Imediatamente o sorriso voltou a se estampar naquele belo semblante; e enquanto os dois caminhavam, de volta para casa, a mariposa os acompanhava fazendo vôos graciosos.
A garotinha exclamou jubilosa:
- Veja papai, agora é ela que vai nos visitar em casa!




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