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O Tempo de Iluminadas Palavras
Tânia Du Bois

“Na manhã iluminada de lembranças refila a cor do sentimento...” (Carlos Vogt)
     
     O tempo pede palavras de luz. O amor, a dúvida, a dor e a luz estão presentes no sentimento sobre a vida e a condição humana. Criamos a ilusão da luz por uma questão organizacional e vivemos em função do tempo.

“As luzes acesas / as portas abertas / as janelas acesas /
todas as coisas acesas. // Bem aceso o viver.” (Álvaro Pacheco)
     
     A luz atravessa o tempo e, ainda assim, permanece dentro de nós com real importância. O objetivo fundamental é preencher o vazio com a luz que encontramos na arte literária, como em Lindolf Bell: “Seja o poema/ o homem devorado pela luz...”; em Gilberto Mendonça Telles: “... E deve haver os sentidos latentes/ que vão dando luz/ às coisas ausentes.”; em Jorge Tufic: “... mas é o imenso/ que de mim/ se ilumina.”; e em Luiz de Miranda: “A vida traz a luz/ sem a penúria de perder/ o azul/ na avidez do corpo.”
     As palavras iluminadas podem ser a chave para entendermos os aspectos da vida, como a ideia que temos do tempo. A luz é transitória e está sempre em processo contínuo, desafiando os limites do tempo e do espaço, mostrando a importância das atitudes e reflexões sobre a força que cada um carrega dentro de si. A busca pela luz na temporalidade é desafio no olhar dos poetas. Visando salientar a proporcionalidade da importância das palavras iluminadas, influenciando muito a vivência pessoal na poesia. Nesse enfoque, revelo poetas a quem não faltam inquietações impregnadas na expectativa

     : “Quando os homens viram os olhos dos poetas,/ acharam em sua luz a luz do próprio olhar.” (Helena Kolody)
     : “Na visão exuberante e bela/ Da luz da felicidade/ sou consumido na veracidade/ da saudade que nutro por ti.”(Benedito C. Silva)
     : “... Saberei tocar a luz com a mão/ e no contato/ respirar o tanto/ desproporcional/ ao tempo de estio...”( Pedro Du Bois)
     
     Os poetas são responsáveis por despertarem a atenção, bem sucedida, quanto à luz. Eles reforçam a importância e a forma de se relacionarem com ela, levando-nos a compartilhar, manter e estabelecer o tempo. Ao nos sentirmos em busca das iluminadas palavras, somamos no desafio da liberdade e independência, coisas fantásticas que nos levam às escolhas. E, certamente, se pudéssemos contar com o tempo, recomeçaríamos colocando a luz em nosso horizonte, como em Francisco Alvim: “A luz saindo pelos ares/ janelas se abrindo.”, e em Luiz de Miranda, “O horizonte é a luz dos meus dias.”


Biografia:
Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e A Linguagem da Diferença.
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