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MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BALSAS
jose neto formiga nascimento

Resumo:
Este texto expressa minha indignação para com a Administração Pública Municipal da cidade de Balsas, estado do Maranhão

“Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte”. Estas palavras de Machado de Assis servem de embasamento para estas memórias póstumas, onde expressam também a minha indignação para com a Administração Pública Municipal, única responsável pela minha morte.

Balsenses, esquecemos desta tragédia e lembremos agora de meu esplêndido nascimento. Derrepente desabrochou uma flor, ao som melódico do vento vindo das colinas verdejantes, regada com a benção de Deus. Tive em minha formação a bravura dos vaqueiros e fazendeiros que se aglomeraram no Porto das Caraíbas, para comercializarem seus produtos às margens do meu Rio Balsas. O suor derramado por estes balsenses marcaram para sempre a luta de um povo que agora chora, manifestando sua nota de repúdio à Administração Pública do município.

O pior de tudo é ter que matar meu querido Rio Balsas, cujas águas límpidas refletem a mistura de raças, costumes e cultura de uma região, formada por pessoas humildes e trabalhadoras que equivocadamente colocaram alguém no poder apenas para acabar comigo. É triste ver a situação das pessoas acidentadas que são transportadas em carrocerias de carros, em condições degradantes, como se fossem animais, tudo isso pela falta de ambulância na cidade. O engraçado é que as que chegaram não estão circulando. Que vergonha! Pensando bem, para quê ambulância se minhas ruas estão intrafegáveis? São tantos buracos, que é impossível não se sensibilizar com minha situação deplorável. Cadê a infraestrutura? Cadê a saúde? O meio ambiente? A ação social? A educação? A cultura? Meus Deus, por que me abandonastes? O povo não merece isso!

Você, que se diz meu filho, não adianta começar a fazer benfeitorias na intenção de me ressuscitar, porque o povo é testemunha de que foi você quem me matou. Também não adianta aqueles trocadinhos liberados na sua porta, porque grande parte da população balsense é testemunha deste ato.

Meus queridos balsenses, é triste morrer desta forma, sendo matada por alguém incapaz de atender aos anseios da população que o colocou no poder. Quanta ingratidão no coração de uma pessoa. Mas uma vez pergunto, será que meu povo merece isso?

                  Assinado falecida Balsas





Texto disponível em:

www.formiganeto.blogspot.com

www.recantodasletras.com.br/autores/formiganeto

www.jnetoformiga.zip.net

http://www.escrita.com.br/escrita/leitura.asp?Texto_ID=16696

http://www.poesias.omelhordaweb.com.br/pagina_autor.php?cdEscritor=5514&cdPoesia=80205


ou se preferir, digite no google "Memórias póstumas de Balsas"



Biografia:
José Neto Formiga Nascimento é estudante de Letras da Universidade Estadual do Maranhão
Número de vezes que este texto foi lido: 61632


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