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Há quatro anos ingressávamos no Curso de Letras, sobreviventes do massacre do vestibular, que se encarregou de nos colocarmos em um só lugar. Fomos nos misturando ao longo dos dias e em pouco meses já nos sentíamos parte de uma mesma família, pois tínhamos os mesmos objetivos. Nossos olhos contemplaram o desconhecido: um grupo de ideias, idades e origens diferentes.
Durante todo esse tempo fomos colegas, amigos, irmãos. Choramos juntos e sorrimos muitas vezes juntos. Por vários anos passamos por inseguranças, erros, acertos, vitórias, alegrias. As dificuldades financeiras foram intensas, porém não conseguiram desviar meus olhos quando estes contemplavam a realização de um grande sonho: obter um curso superior. Achávamos que isso seria um sonho distante, pois o fato de sermos provenientes de família humilde nos fizeram acreditar que era impossível entrar na universidade, porém não contávamos com a ajuda de nosso Pai Celestial, maior do que qualquer sistema capitalista que oprime os mais fracos e realça os que se dizem mais fortes.
Vibrávamos de emoção ao terminarmos de cada semestre. Ficava a sensação de dever cumprido e caminhávamos rumo ao término no Curso de Letras. No penúltimo semestre fomos surpreendidos pelo temível estágio, que consiste na parte prática do Curso, onde tornamos responsáveis por uma sala de aula repleto de alunos agitados, alegres e, sobretudo, sedentos de conhecimentos, afinal é expresso no rosto de cada um o desejo pelo conhecimento, embora demonstrado de diversas formas.
A monografia manifestou-se no último semestre, onde consolidou-se todas as habilidades desenvolvidas ao longo do Curso. Não há como negar o temor que tínhamos deste trabalho, porém quando começamos a fazê-los as ideias surgem como a água do rio que sai de sua nascente e caminha em direção ao mar.
E hoje, depois de muita persistência chegamos ao final. Damos graças a Deus por estarmos nos formando. De todos fica a saudade, o aperto no peito, os sonhos que sonhamos. De tudo ficará aquele sorriso de encontro e saudade de um tempo que ainda não passou, que ainda acontece e que invade nossos corações. Algumas imagens ainda são presentes: a sala de aula, o grupo de estudo, o dia de prova, as festas, as brincadeiras, os trabalhos, as apresentações, a monografia, as discussões, etc.
É gratificante termos a certeza de que cada período vivido em busca de um objetivo valeu a pena. Foi durante o Curso de Letras que aprendemos uma frase do escritor Fernando Pessoa. Segundo ele: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Esta frase expressa a nossa trajetória de sucesso. Valeu a pena os dias de angústias quando tínhamos prova no dia seguinte, valeu a pena as noites mal dormidas quando tínhamos uma pesquisa a fazer, valeu a pena deixar de ir a uma festa para ler um livro, enfim.
E disso tudo, o que fica hoje é a saudade e, sobretudo, o desejo de que cada um alcance o sucesso merecido, aliás, já alcançamos este sucesso, pois o fato de estarmos nos formando representa para nós algo muito importante em nossas vidas. Sempre sonhamos com tudo isso e é impossível não lembrarmos de Deus neste momento tão importante, pois foi ele quem nos deu este grandioso presente e não sabemos como retribuí-lo. Obrigado Senhor por tudo.
Agradecemos também a Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, e a equipe de professores e colaboradores do Centro de Estudos Superiores de Balsas – CESBA. Agradecemos de coração aos nossos pais que sentem estiveram ao nosso lado durante todo o Curso, e à todas as pessoas que contribuíram para que este sonho pudesse se tornar realidade.
Obrigado!
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