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Tony Maneiro: O vampiro de Meriti
Lasana Lukata


Semana passada foi o Dia Nacional da Poesia, dia 14 de março, meu aniversário. No dia 21 de março é o Dia Internacional da Poesia. Quando escrevo crônicas, o leitor já deve ter notado que o meu estilo é o de capinar um terreno sentado; na linguagem do boxe, eu seria aquele lutador que vai jabeando durante a luta para no final soltar a bomba, o tão esperado cruzado de direita. Sou destro.

Não sei se o leitor está lembrado, mas antigamente havia o quarto do morto. Após minha prima Lourdes morrer, quando alguém passava mal na casa, dizia meu tio que era Lourdes se alimentando dos vivos, Lourdes estava querendo alguma coisa, uma vela, uma flor...

Na literatura também há os mortos que se alimentam dos vivos, por exemplo, no excelente romance de Adonias Filho, “Os servos da Morte”, a personagem Elisa que tanto sofreu nas mãos do marido, jura vingança, e ela entre os muitos filhos que teve, dá à luz um filho cujo nome era Ângelo e é através dele que ela, já morta, vai se vingar. Tanto que o pai vai dizer que ele a cada dia fica mais parecido com a falecida mãe. Ângelo é servo da morta Elisa.

Sempre houve histórias de mortos que se alimentam dos vivos, na vida e na literatura, mas agora, neste início de século XXI temos algo novo, um caminho inverso que é um vivo se alimentando dos mortos. Pode isso? Pode. Em São João de Meriti, o poeta Tony Maneiro, membro da Academia de Letras e Artes de São João de Meriti (ALAM), tem se alimentado de dois mortos: Carmen Cinira e Cesário Verde.
A primeira é autora de um poema por título: “Ser Mulher”, que está no livro “os mais célebres sonetos da Língua Portuguesa, Edições de Ouro, Rio de Janeiro, MCMLXIX, página 67. Eu tenho o livro. A morta Carmen Cinira vem sendo vampiriza pelo senhor Tony Maneiro que copiou o poema dessa poetisa e publicou no site de Literatura: Blocos On Line como se fosse dele. Tony também plagiou o poema da página 92, “Impossível” do livro “Poesias Completas de Cesário Verde”, organizada por Osmar Barbosa, Ediouro. Eu tenho o livro. Tony Maneiro é mineiro. Olha que Minas Gerais já mandou para o Rio de Janeiro grandes nomes como Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos... Mas ultimamente tem enviados uns cidadãos para São João de Meriti que é de causar espécie. Não é séria uma Academia de Letras que mantém um indivíduo desses em seus quadros. E aliás, onde estavam os intelectuais da ALAM (Academia de Letras e Artes de São João de Meriti), que não viram isso? Intelectuais que só sabem sair pomposos nos jornais, no entanto, cegos ou então fecharam os olhos para a coisa. Professor de história e secretário da Academia de Letras Gênesis Torres foi quem promoveu a imagem de Tony Maneiro no cenário meritiense, sendo inclusive seu revisor de textos. Gênesis Torres não deixou que o poeta Jaime de Azevedo Fialho tomasse posse na Academia de Letras porque, segundo ele, Jaime havia sido deselegante com uma outra acadêmica. Quer dizer, eles coam o mosquito e engolem o camelo porque não deixaram Jaime entrar por ter sido deselegante, mas permitem em seus quadros um plagiador, clonador de poemas alheios: Tony Maneiro! Gênesis Torres apareceu no jornal “Globo” com título de intelectual da baixada. Mas existe intelectual sem concordância verbal? Até rimei. É pegar os textos dele para ver os erros crassos. Um dia no Complexo Cultural Kennedi de Souza ele gritou que eu estava atravessado no caminho dele. Não, professor Gênesis, eu não atravesso o caminho de ninguém, é o senhor quem está atravessado no caminho da Língua Portuguesa. Mas vou lhe ajudar. O senhor é prolixo demais. Vai se afastando do sujeito e esquece que ele existe e aí começa a lambança na língua. Também ao pegar o microfone não fale mais “da vez passada”, isso é cacófato, (Vespa Assada, professor Gênesis?) Santa Academia de Letras! Fale “da vez anterior; “da outra vez”... Ressalte-se que Gênesis Torres já foi presidente da Academia de Letras de Meriti. Mas e a prefeitura que paga como dinheiro do contribuinte a um comprovadamente plagiador? Talvez o prefeito não saiba! O cargo comissionado é de poesia e não de plagiador. Temos certeza de que o prefeito Sandro Matos é a favor da Ética.

Fato é que Tony Maneiro começou a postar esses poemas na internet como se fossem dele e foi fazendo sucesso, as mulheres deixavam depoimentos de que ele era digno de aplausos de um Machado de Assis e Olavo Bilac, não ficava nada a dever. De sucesso em sucesso, Tony andou mostrando seus poemas também na Prefeitura de São João de Meriti e com isso conquistaram para ele o cargo comissionado de “Assessor de Poesia da Cidade”, ganhando dinheiro dos cofres públicos, repise-se, do contribuinte. Quem desejar comprovar o plágio basta colocar no google: “Carmen Cinira – Ser Mulher” e verá que o poema é dela. Depois é só colocar no mesmo google, “blocos on line – Tony Maneiro” que virá o poema “Ser mulher”, que ele publicou, mas assinado por ele. A seguir o plágio de Tony Maneiro, poeta por usucapião e logo após o poema original da verdadeira autora, Cármen Cinira. Note-se que Tony Maneiro trocou algumas palavras do soneto.


SER MULHER

Ser mulher não é ter belas formas de escultura,
Traçando um perfil em formas alucinante
Na beleza que um dia o tempo reestrutura
Num olhar deslumbrado que atrai,a cada instante.

Ser mulher,não é só, ser bela e elegante,
Ter o feitiço que absorve,a lascívia e a ternura;
Ser mulher não é só ter em sua carne provocante
A volúpia intencional que arrasta e desfigura.

Ser mulher é cultivar na alma a imortal nobreza
de quem sabe amar,pensar,com toda destreza
e no grande ideal,virtude rara alcança...

Ser simples,pura com sentimentos francos...
Ainda no fulgor de seus cabelos brancos
Viver como mulher,sentir como criança.
    Tony Maneiro



















SER MULHER


Ser mulher não é ter nas formas de escultura,
No traço do perfil, no corpo fascinante,
A beleza que um dia o tempo transfigura
E um olhar deslumbrado atrai a cada instante.

Ser mulher não é só ter a graça empolgante,
O feitiço absorvente, a lascívia e a ternura;
Ser mulher não é ter na carne provocante
A volúpia infernal que arrasta e desfigura...

Ser mulher é ter na alma essa imortal beleza
De quem sabe pensar com toda a sutileza
E no próprio ideal rara virtude alcança...

É ter, simples e pura, os sentimentos francos...
E, ainda no fulgor dos seus cabelos brancos,
Sonhar como mulher, sentir como criança!

Carmen Cinira
1902-1933




Biografia:
Lasana Lukata é poeta, escritor por usucapião, São João do Meriti, RJ.
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