“... há um silêncio.../como uma surdez consentida / nessa manhã de verão.”
(Márcia Maia)
As cores combinam com o verão, associam inovações que, em nível formal, coexistem em suas próprias expressões. A cor é oportuna. Tons alegres e vibrantes são fórmulas que garantem o brilho, refrescando a mente. Também, ilumina o olhar e, consequentemente, aumenta a magia e me deixa com vontade do contato com o mar.
Pés na areia: o verde mar, o céu azul, a luz do sol, o arco íris formado pelos barcos fazem parte do charme do verão e fazem jus ao atributo “desenhado” em formas que parecem extraídas de um ateliê de pintura.
O culto ao verão põe em evidência o pensamento, e assim, reflete na memória a valorização dos dons naturais com ritmo, como se a vida também fosse uma obra de arte.
“... dissipar-se-á em mim / esse desejo / aflito / azul e permanente / de verão?”
(Márcia Maia)
Um verão alegre e colorido desperta a vontade de sonhar, viajar e ler. No livro VERÃO, de João Proteti, com ilustração de Marília Catomacci, percebo através da poesia e da cor o ritmo da beleza como passaporte para a vida: lembranças do verão, “Eu vou mergulhar só para ver dentro de que cor é o mar”.
Hoje, tenho a lembrança do verão com brilho, que marcou mudanças na minha vida, com certo mistério. E, quando relembro a existência desse mistério, reconheço que o brilho das cores exprimem o universo das palavras e as sensações da estação, transformando a vida em outras paisagens.
“... assim como está, travesseiro entre goiabeiras,/ é tudo o que tenho nesta
manhã de verão / em que a infância faz sombra em meus olhos.”
(Fernando José Karl)
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Biografia: Pedagoga. Articulista e cronista. Textos publicados em sites e blogs.Participante e colaboradora do Projeto Passo Fundo. Autora dos livros: Amantes nas Entrelinhas, O Exercício das Vozes, Autópsia do Invisível, Comércio de Ilusões, O Eco dos Objetos - cabides da memória , Arte em Movimento, Vidas Desamarradas, Entrelaços,Eles em Diferentes Dias e
A Linguagem da Diferença. |