Uma luz iluminando meu rosto, uma cadeira e um monólogo. Conforme buscava o texto em minha memória fotográfica,lembrei da sua grafia,e a uma frase marcou meu dia.
Você disse que minha pele tem aroma de amêndoas; então eu sorri sem graça, mas por dentro eu senti um carinho ainda latente.
E eu desconverso sempre que o assunto possa incluir o seu nome, porque talvez minha interpretação falhe, e fique nítido de como a saudade rodeia minhas melhores festas.
E escutar sua voz tarde da noite, é dolorido, por mais que eu demonstre simpatia e pergunte qual lugar desta cidade você está, desligo o telefone me sentindo vitoriosa por não ter deixado me seduzir mais uma vez, mas invoco o pensamento mais forte para que não esqueça de como eu desejo aquele seu jeito de olhar pra mim, enquanto muda a música no som do carro.
E de como segurava minha mão nas pedras escorregadias que nos levariam até a cachoeira, naquele Domingo á tarde.
Admiro esse seu equilíbrio, essa paz de espírito que tantas vezes disse que eu precisava conquistar, mas veja, eu só consigo ser assim, intensa e com humor oscilante.
Esse meu jeito você que aceitou, e creio que eu te distraio, mas te sinto tão iluminado e protegido.
Logo chegará a primavera, e essa solidãozinha muito minha passará, um novo amor talvez, um novo texto; então recolherei minhas angústias que deixei em cada canto do quarto. Algumas meditações, reiki, reflexiologia; enfim tudo o que traga ao meu ser tão fervilhante uma espécie de serenidade.
Tudo isso para suportar ver as flores, e as manhãs com cheiro de novo sem sua presença.
Tem champagne esperando sua volta, velas amarelas, bossa nova e amêndoas doces.
Juliana Sfair
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