Rua deserta
Hoje choveu fininho aqui,choveu aí também?A sua rua molhada combina com a minha.
Combina com essa ausência larga,do tamanho da sua rua, a frente da sua casa.
Essa ausência tem corroído os dias de primavera,despedaçando flores e secando polens.
Agora o silêncio forçado,essa indiferença injusta me enjoa e faz pensar se é a sua rua que quero ainda.
Lembranças que coleciono nas boates mas com a vontade de correr para longe e ouvir jazz baixinho em algum canto desta cidade onde tudo parece pedaços seus.
Pedaços nos estacionamentos,nas avenidas,nos parques,nos escombros invisíveis.
E há tempos chove fininho na minha saudade,que fere o amor bonito e caso demore algum tempo para que eu ouça novamente sua voz tímida tentarei suprir sua falta assistindo pela milésima vez Casablanca,nós sempre teremos Paris.
Então com uma calma aparente e olhos distantes,cito Caetano:”Lindo e sabe viver”.
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