Quando você chegou, menina linda,
se arrependimento matasse, se arrependimento matasse,
sua boca parecia chamar vem pra mim, vem logo pra mim,
seu cheiro enjoava e enojava até em fotografia.

Corpo convidando pra me lambuzar nas suas curvas,
algo me dizia que era fria, uma roubada só,
o encanto foi tanto que virei estátua, virei escravo, virei carola,
nem poderia prever que seu bote estava com meu endereço certo.

A paixão não pediu licença para entrar, nem avisou que estava vindo a galope, como um bando de rinocerontes loucos por um pedaço de pão,
a vida já me levava para um nocaute antes de começar o jogo,
você foi a coisa mais linda que um dia cheguei a relar, que um dia ousei imaginar ao meu lado,
a raiva foi maior do que meu fôlego, mais forte do que uma enxurrada de cometas anunciando a vinda de Deus.

Os nossos destinos viraram uma varanda única, enlaçamos os nossos pijamas sem medo, nem pressa,
mais o inferno não veio só para ficar, para decantar, para dissecar cada fio do nosso prazer,
o amor era algo que se fazia tão inteiro que não sobrava espaço para mais nada, para mais ninguém,
não aguentava mais nem pisar num chão que você tinha limpo antes.

Uma vida a dois cada vez mais nossa, cada vez mais intensa, parecia coisa de filme,
perdi a vontade de tirar a sua roupa, de voltar correndo para casa e ver você esperando na porta,
se o nosso amor pudesse ser medido, contado, pesado, garanto que era trabalho para todos os nossos dias, e muita coisa mais,
se errei na escolha, se errei no instinto, se errei no sonho, pago o preço que for, mas me deixe em paz.

Minha linda, que sejamos sempre o que tem de melhor nessa vida,
chega dessa história, vamos abaixar as cortinas e cada um segue pra onde quiser, pra onde couber,
a nossa estrada tem tudo pra ser uma linda e maravilhosa viagem,
pronto, acabou, dane-se. Fecha a minha conta, diga onde assino e pronto.

Diga onde assino e fim.

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