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Desmistificando os extraterrestres
Flavio F. A. Andrade

Revista Griffe - ano 5 nº 23

Desde que Orson Welles transmitiu dos estúdios da CBS na noite de Halloween no dia 30 de outubro de 1930 uma dramatização sobre A Guerra dos Mundos de H. G. Wells, causando assim pânico em muitos americanos, passamos a ver com olhos mais críticos informações sobre vida extraterrestre. Em parte esta nossa descrença sobre a existência de vida fora da terra provem da mídia, que muitas vezes age de forma preconceituosa, ofuscando o raciocínio do espectador. O problema é que esta abordagem não é apenas falta de conhecimento jornalístico adequado. Pode ser orquestrada para enganar toda uma população, de acordo com interesses governamentais.
O caso citado acima foi responsável por uma série de protestos nos Estados Unidos, por pessoas inconformadas com a brincadeira do ator Orson Welles, protagonista do filme Cidadão Kane. Alguns americanos chegaram a propor que leis fossem criadas para que não acontecessem mais episódios como este. Nesta noite de Halloween, Welles e os radialistas narravam desesperados uma invasão alienígena na Terra. O problema deste ruído na comunicação, que causou um mau entendimento do que estava sendo transmitido, foi devido ao fato de as milhares de pessoas que sintonizavam o programa terem perdido o aviso inicial de que tudo aquilo se travava de uma dramatização. «Aqui fala Orson Welles desligado do seu personagem para assegurar-lhes que A Guerra dos Mundos não teve outro objetivo além de oferecer-lhes um bom divertimento para o domingo.» Nem todos que acompanhavam o programa conseguiram ouvir esta mensagem. O pânico estava instalado e pessoas começaram a fugir da invasão alienígena.
O que acontece hoje com os meios de comunicação não está longe da realidade daquele fatídico 30 de outubro. A comunicação de massa, desde sempre fragmentada pela falta de tempo dos leitores/espectadores, e associada a informações superficiais, gera desentendimento e muitas vezes confusão. A astrologia toma o lugar da astronomia nas editorias de ciência dos principais jornais e revistas do Brasil. Abordagem mais significativas são possíveis apenas em revistas especializadas e documentários alternativos.
Podemos encontrar um bom exemplo de abordagem significativa em Eram os Deuses Astronautas? Versão do livro homônimo de Erich von Däniken, apesar de se tornar um clássico, este documentário ainda é pouco conhecido do grande público. O pesquisador Däniken mostra a possibilidade de a Terra ter sido visitada há milhares de anos por extraterrestres. Como prova desta visita cita os sinais arqueológicos, as artes, os mitos em todo o mundo e os compara com objetos que só foram inventados milhares de anos mais tarde. Para Däniken, as civilizações antigas foram influenciadas por extraterrestres que passaram pela Terra.
As abordagens sobre a possibilidade de vida fora da terra, quando existem, são superficiais e preconceituosas, deixando assim mais dúvidas do que certezas. Em parte este preconceito é devido à forma como o assunto foi tratado no passado. Fato que causou descrença em nossa geração. Podemos associar esta descrença à brincadeira de Orson Welles, mas ela vai além, pois mexe com os sentimentos primitivos dos seres humanos: o medo da possibilidade de não sermos o centro do universo; de estarmos sendo observados, ou de sermos invadidos e termos nossas cidades destruídas.
Atualmente, pesquisadores de diversas áreas não têm mais dúvida sobre vida extraterrestre. Principalmente porque a recente descoberta de um planeta com temperaturas iguais às da Terra nos aproxima cada vez mais desta comprovação cientifica. Recentemente astrônomos da França, Suíça e Portugal anunciaram que localizaram o planeta extra-solar mais parecido com a Terra observado até hoje, com grandes possibilidades de abrigar vida.
Negar a existência de vida inteligente fora da terra é um ato de ignorância e prepotência humana, pois o universo é grande demais para sermos os únicos habitantes. De acordo com a astrofísica britânica Monica Grady, da Open University, «existem 100 bilhões de galáxias no universo – e algumas pessoas ainda falam que existe mais de um universo. Seria um milagre sermos a única civilização existente.»
Ainda não podemos confirmar a forma e o modo de vida fora da Terra. Os ETs podem não ser verdes e orelhudos, quem sabe são apenas micro-organismos como demonstram alguns cientistas. No entanto, alguns casos curiosos fazem parte da nossa sociedade e estão cheios de informações desencontradas, escondidas, mas curiosas. Quatro ocorrências mundiais merecem destaque pela forma como foram tratadas: a primeira e mais misteriosa, a chamada Ultra-Secreta Área 51, ou Lugar dos Sonhos (Dreamland), localizada em algum lugar do deserto em Las Vegas, Estados Unidos, era até bem pouco tempo insistentemente negada pelo governo americano. Nesta base militar são realizados testes com protótipos de aviões revolucionários e com tecnologia de ponta. As atividades, segundo especialistas e ex-funcionários da base, estão relacionadas com pesquisa de naves extraterrestres acidentadas. Em segundo lugar, temos os Círculos Ingleses, ou Crop Circles. Aparecem misteriosamente da noite para o dia em algumas fazendas por todo o mundo. Muitos acreditam que os enigmáticos círculos são feitos por naves extraterrestres. Assunto amplamente abordado no documentário Eram os Deuses Astronautas?, estes círculos também foram alvos de estudos científicos que demonstram que no local onde são deixadas estas marcas são encontrados resíduos de elementos minerais não disponíveis na terra. Outra comprovação irrefutável, dizem alguns cientistas, é o modo como os galhos das plantações são dobrados, sempre na mesma direção e com dobraduras impossíveis de serem feitas por qualquer máquina já construída pelo homem. Terceiro, e talvez mais conhecido, é o Caso Roswell. Mais uma vez nos Estados Unidos, Novo México, 1947. No dia 8 de julho, na base aérea Roswell, teria ocorrido a queda de um OVNI (Objeto Voador não Identificado). A prova mais importante da existência de extraterrestres até hoje. O exército isolou a área, recolheu todos os destroços e aparentemente quatro tripulantes de um objeto voador não identificado. De acordo com informações da comunidade local, o dono da fazenda onde ocorreu o caso contou toda a verdade, mas por pressão do governo foi obrigado a desmentir tudo. O governo americano informou na época que se tratava de um balão meteorológico. A informação contestada por especialistas é de que era uma manobra muito grande do exército para apenas recolher pedaços de um balão. Quarto e último, mas não menos importante, o Caso Varginha, em Minas Gerais. Conhecido mundialmente, e reconhecido pelos ufólogos como o caso número um do Brasil. Três moças garantem terem visto às 15h30 de um sábado no dia 20 de janeiro de 1996 uma criatura estranha, um ser marrom-escuro de pele viscosa enquanto atravessavam um terreno baldio. Assustadas com a visão de um ser de olhos vermelhos, as garotas saíram correndo. Até aí apenas um relato hipotético, não fosse outros testemunhos em locais diferentes no mesmo dia sobre a mesma criatura e mortes misteriosas de pesquisadores que supostamente tiveram contato com o misterioso ser.
Estes são alguns dos principais enigmas registrados que envolvem vida extraterrestre. Existem outros, tanto ou mais instigantes do que estes. A meu ver os quatro casos aqui mencionados já são suficientes para comprovar que fatos inexplicáveis nos são ocultados. Por mais que tenhamos medo do desconhecido, não é suficiente para justificar que eventos como estes fiquem apenas nas mídias alternativas, fora das discussões populares. O importante na análise de informações referentes a extraterrestres é duvidar de tudo o que se ouve ou lê. Estudos demonstram que 90% dos casos de observação de naves espaciais tem uma explicação lógica. Uma boa porcentagem para nos deixarmos incrédulos. E apenas 10% dos casos referem-se a casos reais de fenômenos OVNI, de acordo com o site Área 51. Sendo assim, até que possamos ter uma comprovação (ver ou quem sabe tocar nestes seres de outros mundos), continuamos curiosos com tantos episódios que mexem com nosso imaginário, mas sempre com muitos questionamentos.
Se por um lado a grande maioria dos casos são fraudes ou enganos, então devemos ter mais cautela na avaliação de acontecimentos extraterrestres. O que não quer dizer que eles são invenções humanas, apenas mais um mito, pois estudos demonstram que alguns fenômenos ainda continuam um mistério, até mesmo para o mais cético dos pesquisadores.

Texto publicado na edição nº 24 da revista Griffe.
www.revistagriffe.blogspot.com


Biografia:
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