DOIS PSICOPATAS
PELA PERIFERIA DE SÃO PAULO
Meu amigo Jorge.Ás vezes me perco em compridas reflexões , tento analisar esta nossa parceria,que vem de uma longa data. Não,não não, não é nada disso, não somos homossexuais, nem eu, nem ele, mas, estranhamente nos completamos, ele é a corda, sou a caçamba. Ás vezes ,justamente quando em pensamento lembro –me dele, é fatal, duas ou três horas depois alguém bate em minha porta, infalível,é ele, que trazendo em um dos bolsos de sua esgarçada e desbotada calça jeans o nosso pacotinho amigo, e na cabeça, um bem arquitetado plano, senta, e expõe o roteiro, que após alguns reparos e planejamentos, fica perfeito. Visto isto,saímos por aí, dando asas a nossa imaginação , que a bem da verdade, corre solta , tal qual uma bola ladeira abaixo .Como nos conhecemos ? Pois é, a estória é mais ou menos assim:
Estava eu com dezessete anos de idade e cursava a sétima série do ginásio. Minha família vivia com algumas dificuldades e com freqüência passava por minha cabeça arranjar um emprego de meio período . E foi justamente nessa época, que meu pai recebeu oferta de um emprego novo. Satisfeito e como de costume sonhador, ele garantiu que ia ser bom, que a partir daquele novo trabalho, botaria as dividas, que não eram poucas, em dia . Eufórico convenceu minha mãe que devíamos deixar o velho cômodo e cozinha que morávamos há alguns anos e passar para a casa de dois quartos , sala e cozinha, que lhe proporcionaria o novo emprego. Muito contente , falava a toda hora da vantagem de não pagar aluguel e caso aceitasse a nova oferta, ia ser o porteiro de um condomínio fechado, e nossas acomodações , ficavam dentro do mesmo.
Assim que papai começou trabalhar no bonito condomínio , nos transferimos para a nova casa, que ficava no fim de uma tranqüila alameda. A casa era agradável e confortável, e em nada lembrava as anteriores, por onde passamos.
A satisfação de mamãe estava o tempo todo , estampada em seu rosto risonho, aos gritinhos fazia pilhéria de tudo.Que me lembre,esta foi a primeira vez que a vi feliz e sobretudo, tão bem humorada.
Como sou filho único, o quarto de solteiro passou a ser exclusivamente meu, um luxo, que até então eu desconhecia. Havia me acostumado a dormir no sofá, estrategicamente colocado ao lado da mesa da cozinha, que assim dispensava as habituais cadeiras e a noite servia como uma cama para mim. Mas , depois da nossa mudança para a nova casa, passei a usufruir do prazer de ter o meu próprio quarto. E foi assim que iniciei minha modesta coleção de fotografias. Nas costas do meu novo guarda roupa, eu inventei um novo e para mim, significativo adorno. A madeira rústica foi coberta por mim com papel branco e sobre ele eu apliquei os mais diversos retratos de mulheres nuas.
No condomínio era fácil ganhar algum dinheiro , ás vezes fazia algum trabalho para algum morador e com o “agrado “ que recebia, corria para a banca mais próxima. A revista que tivesse na capa uma mulher bonita, nua , ou semi-nua, e loira, falsa ou natural , não importava, se o cabelo tivesse o tom amarelado que tanto me fascinava , eu comprava.
Depois, no silêncio de meu quarto , após folheá-la repetidas vezes recortava , somente as moças de cabelos doirados e as pregava nas costas do guarda- roupa. Mais tarde, quando o desejo aflorava , eu sentia vontade de vê-las, era só afasta – lo da parede e , diante das mulheres, nas mais diversas poses, eu me masturbava.
Na casa de número trinta e oito, morava um casal, ele, era um tipo vistoso, divorciado e tinha um filho que os visitava todo fim de semana. Ela, a mulher, era o tipo mais delicioso que meus olhos já tinham visto: tinha um traseiro arrebitado, cabelos longos e fazia beicinho para falar. Quando ás vezes, passava por mim, me desconcertava por inteiro. Seu perfume que era suave como uma fragrância do céu, me entontecia divinamente, deixando –me inflamado e atordoado. Não era extravagante como a maioria das mulheres de sua idade,vestia-se com certa simplicidade , e era muito elegante. Quando, vestia uma calça de Jersey azul celeste e eu a via, enfiada dentro da mesma, ficava literalmente tonto, e o resto do meu dia, sem precisar arrastar o guarda –roupa de sua posição, eu passava dentro de meu quarto masturbando –me a cada vez que sua figura assomava meu pensamento. A leveza do Jersey escorregadio, permitia divisar por inteiro o contorno de seu corpo, generosamente mostrado pelo tecido colado á sua pele, que eu imaginava , ser feita de seda. E assim, dentro de meu quarto, eu lembrava sua figura provocante,ficava excitado e desforrava me masturbando. O dia que não a via, me sentia frustrado , e só então lançava mão das fotografias que colecionava.
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Um dia, voltando da escola, ao passar pela porta da casa dela, estranhei, estava lá o filho de seu marido. Não era comum vê –lo por alí , a não ser nos fins de semanas. Era um jovem com idade próxima a minha, talvez um ou dois anos mais velho,estava sempre vestindo uma jaqueta de couro negro,ás vezes a calça também era do mesmo couro, e eu que por ele passava , por força da minha excessiva timidez , sequer o cumprimentava, abaixava a cabeça e pensava no calor que poderia estar sentindo metido dentro daquela roupa, mas não deixava de sentir uma ponta de inveja,ele tinha, e era tudo o que eu queria ser. Neste dia, estava a alguns metros da porta da casa dela, o corpo recostado numa moto, cento e oitenta cilindradas, devidamente envenenada, que, nos fins de semana, pilotava pelas redondezas,fazendo um barulho ensurdecedor , deixando irritados os mais velhos e roxos de inveja, os mais novos, que, como eu, sequer podia sonhar com uma . A me ver passar, desencostou-se da moto e, gingando o corpo como costumava,veio ao meu encontro. Estranhei, ele jamais tinha me dirigido uma única palavra.Desdenhosamente mascava chiclete e na mão esquerda, tinha enrolada uma corrente, que a todo instante,arremessava em alguma coisa ou lugar.Com o pé cortando a minha passagem, indagou:
- Ô cara, você não é o filho do porteiro ?
Assenti balançando a cabeça e aguardei que ele tirasse o pé do meu caminho. Em vez disso, tirou do bolso da calça um maço de cigarros americanos e me ofereceu . Depois botou na boca um dos cigarros, acendeu o seu, e depois o meu, balançou o corpo feito uma cowboy e puxou para trás o seu pé que cortava meu caminho. Tocou meu ombro com a ponta de seu indicador e balançando a corrente indagou .
- Tenho mais de cinqüenta gramas de” farinha “ , quer participar ?
Eu, que no campo das drogas, conhecia apenas a maconha oferecida por uma amiga da escola, por ironia, tida como aluna exemplar, fiquei curioso, contudo, um súbito receio me fez relutar:
- Bem.....é que... Bem, e seu pai ?...E se ele souber?...
Cortou o ar com a corrente e respondeu zombeteiro:
-Ah,essa não ! Cai na real cara ! Ou tá me tirando por trouxa, um otário filhinho de papai ?
- Eu não queria ofendê –lo....- e diante de sua reação, tentei contornar,me apressei em responder : - Bem... é que sendo filho do zelador...você sabe como é , a corda
- Calma chapinha....calma! Só lhe convidei para uma “cheiradinha “Não estou lhe pedindo em casamento não. De mais a mais careta deve ser o seu pai, o meu não !Sabe de onde eu tirei essa “ farinha “ ? ...Isso mesmo cara...é isso aí, tirei do estoque dele! O coroa é cafungueiro da pesada ! Na gavetinha da escrivaninha dele, nunca falta !
E nesse momento eu pensei nela, a esposa de seu pai e lembrando seu corpo escultural, coberto pelo finíssimo Jersey , eu perguntei:
-É?... e sua madrasta... Quero dizer, a mulher de seu pai...ela também “cheira” ?
- Só, cara ! A gata é doidona! Topa tudo, todo tipo de embalo! Meu coroa e ela curtem a vida numa “legal”. A russa é minha chapona, sacou?
Eu estava ligeiramente decepcionado e tudo que consegui dizer foi:
- Bem,,,
Ele cortou-me abruptamente:
- Como é cara ? Topa ou não ? Só que tem que ser em sua casa. Gina não chegou ainda e eu to aqui seco pra da uma cafungadinha.
Mamãe não estava em casa. Três dias por semana, trabalhava fora como diarista. Por outro lado, papai raramente vinha em casa, ficava de plantão na cabine de observação, e só saia de lá quando seu primo, Isaias, que foi quem lhe arranjou o emprego,vinha lhe render.Pensei mais um instante , o suficiente para refletir se devia ou não e acabei concluindo que do meu ponto de vista, não era nenhum crime e se fosse, ninguém ia saber. Tudo estava a nosso favor. Concordei.Montou na moto e mandou eu me sentar na garupa. Minha casa não ficava muito longe
A moto ficou dentro da pequena área da entrada de minha casa.Entramos e já nos dirigimos para meu quarto, estávamos ansiosos. Ele me pediu um prato e aparentemente ansioso, andando e balançando a corrente em todos os sentidos, o aguardou. Apanhei do armário um prato raso e lhe entreguei, em seguida, enquanto ele acertava as carreirinhas do pó branco na louça lisa, eu corri para o guarda roupa e o puxei para a frente, orgulhoso lhe mostrei minha coleção de loiras nuas, que já cobria toda a parte traseira da peça . E, para minha decepção, as olhou completamente desinteressado, encostou numa carreira de “ pó “ o corpo vazio de uma caneta esferográfica , aspirou com força, depois fungando repetidas vezes, disse :
-Também tenho uma coleção,mas de fotos mesmo... Eu mesmo fotografo as gatas.
Eu, maravilhado ,já imaginava pernas , bundas, e seios que ele podia ver ao vivo, exclamei :
-Pô ! Que barato meu ! Mas não deve ser mulher de primeira linha como estas...umas mulherzinhas chinfrins !
- O caralho!!! O que você acha de Gina, a mulher de meu pai ?
Engoli seco. Ele me apanhou desprevenido . Tocara em meu ponto fraco, aprumei-me para perguntar:
-Mas você fotografou ela nua ?
- Montada em minha moto , com a xereca arreganhada em minha direção,
Claro que o coroa não sabe disso, não sabe que tenho essa foto...isso é transa minha e dela!
Um mundo de suposições correu pela minha cabeça. E ansioso pedi:
-Deixa eu ver ?...
-Claro! Quando ela chegar eu vou pegar pra você ver !
- Mas...mas está ai ???
-Claro ! Tenho um quarto aí e outro na casa de minha mãe. Mas minha coroa é jogo duro, pega pesado...estas coisas eu não levo pra lá....deixo aí na casa de meu pai, ele é legal,manêro,entende a gente, você sabe como é ...espera aí cara ! Você vai ficar aí com essa cara de otário pra cima de mim ? Até agora não deu nem uma cheiradinha...Anda logo, dá uma cafungada meu, mergulha de cabeça que o barato é bom..
Imitei os gestos dele, mas pra falar a verdade ,não tive uma grande reação. A primeira impressão foi ruím, um mal estar tomou conta de mim,mas logo depois uma sensação de euforia e eu julguei que estava no maior baratão .
Já passava das dezesseis horas quando Jorge me convidou para ir ate a sua casa, segundo ele, sua madrasta já teria chegado em casa, com um sorriso enigmático ele comentou :
-E pelo que eu estou sacando brother, você é paradão na Gina!... Vou te surpreender! Saca, você vai comigo,entra sem ela te ver e fica escondido atrás da cortina de meu quarto...
- E daí ? - perguntei ansioso e curioso.
- Deixa comigo!O resto fica por minha conta.Você agora, é meu brother, meu chegadinho e a gente sempre faz alguma coisa pelos amigos...sacou ?
De fato, ela já tinha chegado e como havíamos planejado, ele entrou primeiro e depois me abriu a porta dos fundos. Fui levado por ele para seu quarto que ficava na parte inferior da casa, perto da cozinha, e seguindo nosso plano , instalei-me por trás da grossa cortina de juta
Na verdade eu não sabia o que ia acontecer e me desagradava a idéia de ficar ali parado por muito tempo, mesmo porque, em contra ponto, o meu estado de euforia , devido a droga aspirada, era muito acentuado.
Os gritos de Jorge, que da porta de seu quarto chamava pela madrasta, ecoava pela casa. Em menos de dois minutos ela o atendia. De onde estava, ouvi sua voz manhosa e uma sensação bastante conhecida tomou-me por inteiro. Era o tesão que ela despertava em mim.
Logo estava dentro do quarto, e incrédulo a ouvi dizer:
- O que foi Jorginho?.... Já está de picinha dura de novo ?
Ele rebateu :
-Vem cá gata. Toca nela pra ver...to fervendo gatona!...Oh, do jeito que você gosta...olha, se não comer tua prexequinha agora,neste instante,eu fico doidão....ta ligada ?
-Não precisa ficar doidão gato, esta prexequinha aqui...também ta no ponto...vai arrancando essa roupa que já estou tirando a minha...e vê? Pra nossa felicidade, o paizão viajou, vai ficar dois dias fora...não é uma maravilha ?
- Tô sabendo...por que você acha que eu me mandei pra cá hoje?...
A principio foi difícil acreditar no que ouvia, mas logo a perplexidade deu lugar ao tesão e nada mais me importou, a sensação gostosa voltou e eu achei que tudo estava muito bom, tudo era mais que natural, até mesmo a minha posição ridícula e cansativa, escondido atrás de uma cortina.Ver ,eu não via nada, mas da conversa dos dois eu não perdi uma só palavra.
-Abre as pernas gatona, deixa minha pica entrar devagarzinho....
Ela gemia desenfreadamente e entre gemidos dizia:
-Entrou Jorginho! Ta tudinho dentro !
Foi então , que em vez de responder, ele gritou:
-Entra nessa Felipe! Vem cá meu !...
Foi como se ele tivesse apertado uma mola! Abri a grossa cortina de juta e sem me importar se era certo ou errado, me fiz presente Ela levou um susto digno de uma fotografia.Seu rosto ligeiramente deformado pela surpresa,me fitava com uma assustada insistência. Quando conseguiu falar, perguntou:
-O que ele está fazendo aqui Jorginho ?
Ainda estava embaixo dele, mas, com um gesto brusco livrou-se, tentou cobrir-se com a primeira peça que encontrou e pulando fora da cama, exigiu uma explicação :
-O que está havendo ? Que sacanagem é esta Jorginho ?
Ele não lhe deu ouvido. Tentou agarrá-la e ao mesmo tempo ordenou-me
-Tira a roupa Felipe, entra no embalo!
Eu não esperei uma segunda ordem, com uma rapidez fenomenal fiquei completamente nu. Ele tentou levá-la de volta para a cama,mas ela o empurrou :
-Você está doido cara ? E se teu pai descobrir ?
Não vai descobrir nada. Nunca descobriu que você é minha putona...fica boazinha, vai dá pra nós dois...meu barato hoje é esse...Felipe é meu amigo,se dá pra mim da pra ele também!
-Você está louco cara! Sai pra lá !
Eu estava boquiaberto com tanta beleza, e durante toda a discussão dos dois, meus olhos maravilhados, não se desprenderam dela um único instante. Era belíssima , e zangada como estava, me excitava duas vezes mais.Meu pênis inquieto, já doía de tanta tesão ...foi aí que tudo aconteceu.
Ela recuou fugindo do abraço de Jorge, apanhou a raquete de tênis que decorava a parede do quarto e com a mesma na mão, avançou para cima dele, que em vez de defender-se correu para fora do quarto , ela , xingando,foi atrás. Eu, excitadíssimo , continuei embasbacado, quando me decidi acompanhá – los , a ouvi dizer :
-Não Jorge, não faça isso! - em seguida um grito abafado.
Quando entrei na cozinha, vi que ele a tinha presa numa chave de braço, que pelo visto , a estrangulava. Seus olhos estavam esbugalhados, sua boca extremamente arregaçada,era a evidente evidencia do desespero e da dor que sentia. Ao me vir entrar esperneou e estendeu as mãos crispadas, em minha direção, pedia socorro. Na mão dele, uma faca suja de sangue, que sem nenhuma cerimônia , cravou novamente no corpo dela. Estremelicou feito uma galinha e grunhiu uma espécie de gemido.O sangue vermelho rubro, me excitou sobremaneira , corria desenfreadamente sobre seu ventre, vagina e pernas. A cena me fascinava. Era a minha mulher loura, que nas garras de seu enteado, estava sendo impiedosamente esfaqueada .
De seu corpo , já todo ensangüentado, a faca entrava e saia e a lamina voraz, ia estragando tudo que um dia pareceu perfeito.
Ela , imóvel já não emitia som nenhum...tampouco esperneava .
Jorge soltou o braço e ela caiu,fazendo um baque surdo sobre o piso elegantemente branco da cozinha, agora manchado, com aquela enorme poça rubra.
Ao vê –la amontoada, toquei seu braço, com um único movimento a desemborquei e vi seus seios, que ilesos, escaparam a assassina sanha de seu enteado. Senti uma enorme vontade de tocá –los , e o fiz. Titilei os biquinhos , como imaginava em minhas horas de masturbação e, completamente estimulado por todos os acontecimentos, eu, nu, limpei de seu corpo o sangue que ainda brotava e ardendo em desejos, a possui .
Depois do gozo gostoso, caminhamos, os dois para o banheiro,aonde tiramos de nossos corpos, as marcas deixada pelo sangue de Gina....O resto? O resto foi muito fácil, acreditem.
Shirley de Queiroz
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