RELATÓRIOS DESCRITIVOS
Para a elaboração do relatório descritivo, o educador de educação infantil deve acessar a documentação pedagógica produzida durante o período. A partir da reflexão acerca desta, descrever como foi o processo e o desenvolvimento individual da criança desde o primeiro dia, em seu período de adaptação na instituição, até o momento presente.
Ao final das anotações do professor, também é fundamental o parecer dos familiares quanto ao desenvolvimento da criança.
Relatórios de avaliação, ao contrário do sistema de notas e conceitos, permitem a todos conhecer e refletir sobre caminhos diferentes e singulares percorridos pelos estudantes de todas as idades. Ao mesmo tempo, retratam o interior das salas de aula, revelam concepções e juízos de valor dos professores (que as notas escondem), favorecendo a melhoria da ação educativa nas escolas e a melhor aprendizagem dos alunos (HOFFMANN, 2012, p. 89 e 90).
O fato de escrever sobre a criança torna-a um sujeito, pessoa, e não simplesmente números e estatísticas. Pois engloba o ser como um todo, suas expressões, seus sentimentos. Esses registros devem ser qualitativos, com exemplos claros do cotidiano das atividades, para ser verificado se tal comportamento é frequente ou ocasional, se evoluiu ou permaneceu.
“Ao elaborar relatórios parciais e/ou gerais, estagiários e professores superam a visão comparativa/classificatória da avaliação, evoluindo em termos de uma postura investigativa e mediadora das aprendizagens.” (HOFFMANN, 2012, p.95)
O relatório não existe apenas para constatar e registrar, mas, e principalmente, para que sirva de subsídio para o acompanhamento, a intervenção, a novos desafios.
Com o tempo o educador vai se tornando mais observador e percebe que seus registros feitos de seus alunos refletem sua prática pedagógica e o que lhe dá subsídios para melhorá-la a fim de obter um maior desenvolvimento da criança.
Essa tarefa exige observação e reflexão constantes do professor até mesmo para destacar quais situações são relevantes para serem registradas.
Jussara Hoffmann escreve sobre três tempos no processo de elaboração do relatório descritivo:
*Tempo de observação: se trata de observar e escrever, mesmo que as anotações feitas em primeiro momento pareçam desconexas e aleatórias.
*Tempo de reflexão: é a reflexão feita acerca das anotações, o desenvolvimento de cada um e as intervenções necessárias.
*Tempo de reconstrução/mediação: é a retomada de significado de suas ações pedagógicas, com intencionalidade específica para cada criança.
Tendo em vista que cada criança é única, reage de formas distintas e tem seu tempo e ritmo próprios para se adaptar e se desenvolver, é imprescindível que o relatório seja realmente realizado de maneira individual, sem comparações, mesmo que com crianças da mesma faixa etária, apenas compara-se com ela mesma no início, todos estão em processo de desenvolvimento e este deve ser respeitado em sua individualidade.
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