Há muito tempo existe um jogo de cartas chamado ‘Super Trunfo’. Neste jogo, escolhe-se uma característica forte para confrontar com a do adversário, a melhor ganha. Exemplo: na modalidade carros, escolhe-se a velocidade máxima.
Pois, o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, encurralado pela acusação de múltiplos assédios a mulheres, sacou a única carta que restava para se esconder atrás de uma Pasta que tem como única razão para existir: a sinalização de virtude.
O “super trunfo” do agora ex-ministro é o racismo. Como se houvesse uma tabela elencando a gravidade dos delitos, Silvio Almeida lançou o argumento identitário difícil de refutar. Ele tentou “perseguição política”, mas, sem efeito. Como não obteve o resultado esperado, tentou abafar as graves denúncias com uma possível culpa original herdada pelo peso da desgastada “dívida histórica”.
Silvio Almeida nunca levantou suspeitas de ser um predador sexual, ele era criticado pela seleção dos humanos que têm direitos. Seu trabalho seletivo permitiu que arbitrariedades fossem cometidas. Sim, pessoas foram presas de um jeito que só alguém como o ditador venezuelano Nicolás Maduro seria capaz. Avaliando a cor da pele ou o viés ideológico, o ministro dos Direitos Humanos prevaricou.
Desesperado e tentando manter uma aura inimputável, Silvio quis ficar acomodado no mesmo ninho identitarista que sustenta Marina Silva. A ministra do Meio Ambiente vive de ser um símbolo da floresta, assim, exerce todo o seu nulo potencial. Entretanto, alguns enganam a todos, e todos enganam alguns todo o tempo, mas todos não enganam a todos todo o tempo, então Marina deu o azar de as florestas torrarem. Do mesmo modo, “a casa do ministro caiu”.
Como esse governo ostenta as bandeiras contra o racismo e do combate da violência contra a mulher, mesmo que o apoio seja falso, ambas as bandeiras se anularam, portanto, pesaram mais as acusações.
A questão racial é um problema, no entanto, o ex-ministro usa isso para, apesar da idade, se comportar como um café-com-leite (que tudo pode). Precisando de argumento que sustente alguma imputabilidade, ele, tentando jogar uma minoria contra outra, saca o coringa, o ‘Super Trunfo’ ou o zap identitário.
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