Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
🔵 Do carburador à injeção eletrônica
Rafael da Silva Claro

Talvez eu gostasse mais de carros que quando eu assistia à ‘Feira Livre do Automóvel’, só para acompanhar meu pai que talvez fosse trocar sua Volkswagen Variant por algum daqueles carrinhos. Minha pouquíssima idade poderia sugerir que eu restringisse minha paixão aos carrinhos de ferro e plástico, brinquedos em geral. Mas isso foi substituído pela Ferrari, Mercedes etc. Cansado de ver, na televisão e nas ruas, Brasília, Fusca, Fiat 147, Passat, Kombi etc, comecei a ler revistas ‘4 Rodas’ usadas. Esse era o modo de eu decifrar o Escort e o Kadett.

Em 1990, aconteceu o ‘Salão do Automóvel’ depois que o presidente, Fernando Collor de Mello, disse que aqui só tinha carroça e abriu o mercado. Resultado: quem só tinha visto “carroças”, teria a oportunidade de ver Ferrari, Mercedes e alguns protótipos. Num típico programa de pai e filho, meu pai, provavelmente a contragosto, encarou um ‘Parque de Exposições do Anhembi’ lotado.

Devido à lotação, o passeio se resumiu ao acumulo de panfletos e revistas que nunca li. Pacientemente, meu pai acompanhava o meu entusiasmo infantil com veículos que eu nunca tinha visto nas ruas e provavelmente jamais guiaria.

Passados sete anos, tive que me contentar com meu Gol 86. Um carro que já estava rodando quando eu estava vendo Ferrari e Mercedes na exposição do Anhembi. No entanto, meu golzinho bege a álcool enfrentava as ruas precárias, buracos e quebra-molas do Brasil.

Depois de tanto tempo, me convenci de que naquela tarde de 1990 meu pai fez alguns sacrifícios: ele fingiu entusiasmo com lançamentos automobilísticos bestas; contemplou carros que não trafegariam por ruas brasileiras como a Variant, o Fusca e a Pampa conseguiam; e enfrentou intermináveis filas para comer, para ir ao banheiro, ganhar brindes e filas sem saber pra quê. Demorei algumas décadas para calcular a importância disso...

Automóveis que eu jamais dirigiria, não ficaria nem no banco do passageiro nem sequer embarcaria.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
Número de vezes que este texto foi lido: 157


Outros títulos do mesmo autor

Ensaios 🔴 Começa assim, depois piora Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Tá rindo de quê? Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Pegue o seu banquinho e saia de mansinho Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Palavras ao vento Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 S.I.G.L.A. Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Máquina de vendas Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Metamorfose ambulante Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Circo Orlando Orfei Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Humanos direitos Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Comissão da verdade Rafael da Silva Claro

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 487.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
O DESAFIO DA INCLUSÃO - Simone Viçoza 60528 Visitas
Os Hackers, os Crackers e Nós - Max Bianchi Godoy 59759 Visitas
O CONTROLE É SEU - Vinicius Pereira Brito 58582 Visitas
Jazz (ou Música e Tomates) - Sérgio Vale 58455 Visitas
A Importância da Educação Digital no Ensino Fundamental - FERNANDO JUNIOR PEREIRA 58398 Visitas
Sucesso e Fracasso - Paulo R Rezende 57888 Visitas
🔵 Noite sem fim - Rafael da Silva Claro 57875 Visitas
APRENDIZAGEM SOB A PERSPECTIVA DO PSICOPEDAGOGO - Sandra Teixeira da Silva 57816 Visitas
Doença de médico - Ana Mello 57645 Visitas
O pensar é dialógico e dialético - ELVAIR GROSSI 57609 Visitas

Páginas: Próxima Última