Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
🔵 Inteligência Artificial
Rafael da Silva Claro


A ‘Super Máquina’ foi o seriado que veio no lugar certo, na hora certa. Não precisaria muito para perturbar a tranquilidade de um moleque nos anos 80, mas um carro falante! Era um truque barato, do tipo “tirar doce de criança”, mas a realidade é que eu caí no golpe sujo.

Nos anos 80, aquele carro conseguia me impressionar. Acostumado com Fusca, Brasília, Passat, Chevette e Opala; a ‘Super Máquina’, o veículo loquaz, me impressionou bastante. Afinal, naquela época, fora o caminhão da cândida e o carro onipresente da ‘Pamonha de Piracicaba’, não existia outro veículo que falasse. Sem falar que, ainda criança, qualquer seriado enlatado norte-americano deixaria os brasileiros — confinados no atraso da reserva de mercado, no máximo, com acesso às quinquilharias paraguaias — boquiabertos com as maravilhas tecnológicas.

Portanto, na época, seriados do Silvio Santos ainda me ludibriavam, ainda mais um automóvel com características futuristas. Eu mal sabia, isso ainda iria piorar: o “Homem do Baú” era teimoso e insistiria em destruir a minha infância com os episódios dos mexicanos ‘Chaves’ e ‘Chapolin’; e, pelo que vejo, muitos adultos não conseguiram se desintoxicar disso.

Anos depois, o meu Gol beje (86) me faria abandonar a fantasia de possuir uma super máquina. Como era inquilino constante da oficina mecânica, o meu golzinho não lembrava em nada o automóvel que falava. Com idade suficiente para enfrentar as durezas da vida real, finalmente concluí que o Silvio Santos e seu carro falante estavam me enganando com bugigangas em propagandas persuasivas que repetiam a frase imperativa: “Peça para a mamãe” ou “Peça para o papai”.

Meu carrinho, ao contrário do KITT (o carro tagarela), parecia um papagaio falso, ou seja, insistia em não pronunciar uma só palavra. O mais próximo que o “Gol quadrado” esteve de passar alguma mensagem, era quando eu conferia o para-brisa e o vidro traseiro procurando a frase escrita com o dedo: “Lave-me, por favor”.

Hoje, entretanto, a eloquente ‘Super Máquina’ da longínqua “Década Perdida” causaria tanto embaraço quanto um veículo equipado com o aviso, da ‘Car System‘: “Estou sendo roubado”. Ou aquela buzina ‘Paquerinha’ que ofende quaisquer mulheres dentro de um raio de 153 metros e distribui impropérios supostamente galanteadores.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
Número de vezes que este texto foi lido: 167


Outros títulos do mesmo autor

Ensaios 🔴 Começa assim, depois piora Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Tá rindo de quê? Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Pegue o seu banquinho e saia de mansinho Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Palavras ao vento Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 S.I.G.L.A. Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Máquina de vendas Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Metamorfose ambulante Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Circo Orlando Orfei Rafael da Silva Claro
Ensaios 🔴 Humanos direitos Rafael da Silva Claro
Crônicas 🔵 Comissão da verdade Rafael da Silva Claro

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 487.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
O DESAFIO DA INCLUSÃO - Simone Viçoza 60528 Visitas
Os Hackers, os Crackers e Nós - Max Bianchi Godoy 59759 Visitas
O CONTROLE É SEU - Vinicius Pereira Brito 58582 Visitas
Jazz (ou Música e Tomates) - Sérgio Vale 58453 Visitas
A Importância da Educação Digital no Ensino Fundamental - FERNANDO JUNIOR PEREIRA 58398 Visitas
Sucesso e Fracasso - Paulo R Rezende 57888 Visitas
🔵 Noite sem fim - Rafael da Silva Claro 57874 Visitas
APRENDIZAGEM SOB A PERSPECTIVA DO PSICOPEDAGOGO - Sandra Teixeira da Silva 57816 Visitas
Doença de médico - Ana Mello 57645 Visitas
O pensar é dialógico e dialético - ELVAIR GROSSI 57609 Visitas

Páginas: Próxima Última