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🔵 Tomando conta de um barril
Rafael da Silva Claro


Mais uma festinha e “vá lá em casa, que vai ter um bolinho”. Ainda na vida incipiente, portanto, ainda procurando suprir as exigências do meu paladar infantil, concluí que eu estava tomando banho para ir aonde eu encontraria bolo e refrigerante. Pelo menos sempre foi assim.

Entretanto, aquela noite seria diferente. Eu e meu amigo, ambos adolescentes, antigos rivais de pião e bolinha-de-gude, fomos apresentados ao barril de chope. Aquela geringonça exercia uma perigosa atração, por isso, eu prefiro descrever o episódio com o eufemismo de “rito de passagem”.

Assim que cheguei, notei que o barril de chope era a estrela da festa, isso despertou minha curiosidade. Tratava-se de uma celebração adulta, portanto, a frequência à máquina do quintal era frenética. A curiosidade aumentava, pois a quantidade de copinhos de plástico aguardando o bombeamento da bebida entorpecente escondia o guardião do próprio barril. No meio do empurra-empurra e braços esticados segurando os copos, começamos a nos servir.

Meu amigo e eu, hipnotizados pelo tal chope e esquecendo do refrigerante, notamos que ninguém zelava pelo barrilzinho de metal. Testemunhando o vazio que ficou o quintal, depois do anúncio do “parabéns”, e vendo que a chopeira ficou sozinha, tratamos de zelar pela novidade.

Assim, o refrigerante não merecia a mesma atenção, e não fui encontrado sequer para receber o tradicional primeiro pedaço de bolo, já que eu estava me embriagando. O brigadeiro já não importava tanto, sempre seria prioritário fiscalizar aquele equipamento maravilhoso que liberava uma água espumante, saborosa, gelada e anestesiante.

Naquele ano, a comemoração foi diferente. Aquela noite significou o encerramento do que eu chamava de festinha ou bolinho. Tivemos que ser recolhidos. Fim de festa.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
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