Glória passa por diversos flash's de luzes, quando entra numa espécie de sala cubo branco, ali uma porta de ouro é aberta e surge ali Lobato.
- Você?
- Por favor, me acompanhe.
- Por que?
- Se veio até aqui, não vai ser por minha pessoa que há de desistir?
- Você é mal.
- Relativo, bom, mal, ruim, melhor, são valores, sentimentos obsoletos agora em sua condição.
- Como assim?
- Não percebeu ainda, seu corpo não mais te serve, você já o abandonou em alguma outra sala.
- O que esta a dizer, eu estou aqui.
- Seu desejo, vontade, apego por aquele mundo de sistemas caóticos, ainda se sente presa aquele outro plano.
- Eu morri?
- Não, posso te garantir que não, sua casca esta sendo muito bem cuidada, acredite.
- Como sabe de tudo isso e por que devo acreditar em você?
- Bem, isso eu só posso te dizer que a e sim existe ainda aquele velho e desatualizado livre arbítrio.
- Onde esta minha vó?
- Ela virá, acho, bem, melhor, ela já esta aqui.
- Onde?
- Cada segundo que perdemos aqui você fica sem ver ela e outra pessoas.
- Quais pessoas?
- Vamos, deixe de desconfianças e venha.
- Tudo bem.
Glória passa a frente de Lobato e segue para um tipo de campo florido, girassóis, flor do campo, margaridas, logo ela atravessa enormes paredes de samabaias.
- Que lugar lindo.
- É o filtro, por assim dizer.
- Que filtro?
- Algo que podemos dizer sobre régua moral.
- Onde vamos parar, há pecados?
- Depende, tudo se forma ou se aprende por lá onde esteve nem sempre se faz por regra aqui ou em outro plano.
- Eu quero ver ela.
- Sei que quer, este amor ou gosto por ela te faz crescer e até tolerar mesmo que contra a ti sobre minha pessoa.
- Acho que ainda é mal.
- Sim, posso ser.
- Por que, o que te faz querer ser mal?
- A vida, tão somente essa famigerada forma de falsear.
- Tudo bem, acho que devo respeitar seja lá o que for de seu pensar.
- Talvez já esteja abrindo os novos horizontes, sabia que tinha algo tão especial em ti.
- O que quer?
- Vamos, já estão á nossa espera.
Glória entra numa carruagem junto de Lobato que bate o sino preso a porta anunciando assim a saída dali.
A viagem ali dura o que seria por aqui algo em menos de 10 minutos.
- Chegamos.
- Onde?
- Na chave.
- Chave?
- Desça, venha ver.
Glória sai da carruagem e olha a sua frente um pequeno caminho de pedras, ladeando grandes arbustos e cursos de água.
- O ar daqui é tão diferente.
- São os primeiros dos tempos.
Ela anda ali ao lado de Lobato que vai se tornando um garoto nos seus 13 anos em roupas de um filho oligárquico e Glória se torna uma moça eletista em época que se vendia corpos de pessoas que não se igualavam ao que os fazendeiros ditavam ser o certo.
- O que houve, o que estou fazendo com essas roupas?
- Acho que já esta decidido sua época, sua visita.
- Eu, quero ver minha mãe.
- Eu menti.
- Sobre?
- Sua mãe ainda não veio, por que a linha tem de ser feita.
- Que linha?
- A sua linha, sua origem.
- O quê?
- Você vai ter a oportunidade de corrigir, consertar boa parte de tudo.
- Como?
- Quase toda sua história poderá ser contada de uma outra forma.
- Eu não quero mudar nada em minha vida.
- Espere, veja, depois você diz o seu veridito final.
011123..........................
Caio acorda sentindo forte dor de cabeça tenta sair da cama quando nota a presença de outra pessoa.
- Oi.
- Regina, o que faz aqui?
- Eu fiquei todo tempo aqui.
- Por que?
- De certa forma eu tive culpa e........
- Não Regina, nós sabemos, os culpados são outros.
- O Natal só fez o que lhe mandaram.
- Quem?
- Olha Caio, agora tenho de ser sincera contigo, muitas coisas nunca lhe serão reveladas.
- Como assim, quer dizer que vou ser jogado feito de trouxa por todos de sua seita?
- Sei, eu não vou levar isso a sério, por favor Caio, só quero que saiba, nunca fomos uma seita.
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