Um dos melhores restaurantes, Glória é uma mulher que possui todos os olhares e comentários da ala masculina e parte da feminina.
- Acho que já me arrependo de te-la trazido assim tão linda.
- Bobo.
- Não, é sério olha quanto brutamontes te comendo com os olhos.
- Mais o real esta aqui comigo, só você me tem.
- Graças, eu ganhei a sorte toda, tenho a mais linda do país aqui comigo.
Terminado o jantar eles esticam a um clube de elite onde Glória tem seu momento de adolescente se perdendo nos ritmos ali na pista de dança sempre com Caio a seu parceiro de dança.
- Sabe.
- O quê?
- Eu te amo.
- Eu sei, eu sempre soube.
Um beijo e mais dança e ao fim o retorno para casa mais antes passam em uma pizzaria para aquele lanche antes de dormir.
- Quero ficar o resto da minha vida assim.
- Como?
- Com você, linda.
O carro ali a trafegar até que ao se aproximar do condomínio para a surpresa do casal, Natal ali a espera na portaria.
- Boa noite, ele chegou e disse que ia esperar, precisava falar muito com vocês e.........
- Tudo bem, obrigado.
Caio faz sinal para que Natal entre no veiculo e eles seguem para a casa.
Ali na varanda o casal olha Natal a olhar tudo ao redor.
- É, fizeram um grande avanço, da última vez ainda moravam naquela casa aos fundos da loja e agora estão neste palácio.
- O que quer Natal?
- Com você Caio, nada, preciso falar com a Glória.
A mulher olha para o pai e sente um frio lhe percorrer o corpo.
- Eu não tenho nada que falar com você.
- A tem, sou teu pai mesmo que não queira.
- E daí, você me jogou na rua.
- Pare de drama, filha.
- O que quer?
- Precisa vir comigo.
Agora é Caio que toma frente na conversa ali.
- Como assim Natal, ficou louco vindo aqui e querendo que a minha mulher te acompanhe?
- É a sua vó, ela quer falar com você.
- Pai, ela morreu, você sabe muito bem disso.
- Então vamos lá e você a verá, vamos?
- pai eu não vou com você a lugar nenhum.
Nisso toca o celular bem simples de Natal que atende passando o aparelho para Glória, ela responde algo e ouve por poucos minutos logo desliga.
- Você vai me trazer?
- quando quiser.
Caio ouve aquilo e fica aos nervos.
- O que é isso, não, Glória você mesma disse que..........
- Caio, eu ouvi a voz da minha vó, ela quer falar comigo.
- Então eu vou junto.
Natal ouve aquilo.
- Se ele quer, tudo bem.
Os 3 entram no carro e saem dali, passam por 6 beirros até chegar ao bairro Kenedy, ali em meio a ruas lamaçentas e praças largadas a escuridão eles param frente ao número 136, uma hedícula aos fundos de um grande terreno que anseia por cuidados.
Ademir ao ouvir o bater de portas na rua, sai da casa junto de duas mulheres, Glória olha aquela gente ao longe e sente aquele gélido lhe tomar a espinha.
- O Ademir esta com você, pai?
- Pois é, ele não tinha para onde ir.
- E você?
- Nem eu, por isso invadimos esse lugar.
Caio olha para o velho a seu lado.
- Você não vai melhorar nunca, sempre com seus crimes.
- Acha que todo mundo tem sua sorte de nascer em tubos de ouro e diamantes.
- Meu pai trabalhou, meu vô trabalhou e eu trabalho e muito.
- Nossa, já fiquei todo cansado aqui.
- Irmã.
Glória vê o irmão que vem a ela de braços abertos, recebe aquele abraço sem envolve-lo.
- Me perdoa mana.
- Cadê sua filha?
- A Mora, ela foi embora.
- Com quem, a mãe esta morta?
- A tia dela, levou minha filha.
- Realmente Ademir, o Caio tem toda razão, vocês são uns canalhas.
- Eu não tinha como cria-la, uma garota aqui, olha só ao redor.
- Sei, vocês invadem e furtam, não mudaram em nada, ao contrário só pioram.
Nisto da casa sai uma mulher em vestido branco e jaqueta rosa.
- Você veio, querida?
- Vó?
- Sou eu, minha linda.
Glória larga eles e vai ao encontro daquela mulher de seus quase 80 anos e abraça forte.
271023....................
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