Coração meu, às trancas da saudade, ainda mora na terra onde o Santo batiza a província que acolhe, pedaço de chão pelo qual suei meu amor na rubra veste da esquadra invencível. Os céus que hão de passar aprisionarão a perpétua busca por aquele lugar onde, vigor em riste, tive as mulheres que quis na cama que escolhi. Lá, afagado pela brisa amena, plantei fé cícera e colhi prazeres imperiais.
Inclinado como rameira à janela, ao lusco-fusco da paisagem, ouvia o recital de aves que em vivas cores de suas penas celestiais, ao coro doloroso da partida, a bandeira de todos os santos em revoada de comunhão traduziam.
De poesia é o lago abundante, o bosque, o crepúsculo errante que tenho em meu peito de Perseu, ao dissabor (agradável) de nunca cessar as Medusas no ciciar do horizonte. Mas é arrasadora a virtuosidade da vida, extingue o entendimento.
Já não tenho mais a mente, nem tampouco meu corpo São como desejo...
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