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Carta aos professores do amanhã
Flora Fernweh

Queridos professores que o futuro reserva, sei que são tempos difíceis para vocês que nutrem o sonho de transformar o amanhã de tantos seres humanos por meio do poder transformador da educação, mas não desanimem, pois tudo valerá a pena. Vocês um dia ainda vão olhar para trás e irão se orgulhar de tudo o que fizeram. Toda vez que um aluno lhes disser: “Obrigado, professor. Você mudou a minha vida”, haverá uma única certeza: a de que a persistência pelo caminho sinuoso da docência foi a melhor escolha, apesar de tantas adversidades. Não deixe que abalem seu mais nobre sonho de transmitir conhecimentos e de formar cidadãos instruídos e de caráter. Os ventos políticos atribulados agitam as águas do saber compartilhado, as tempestades de negacionismo e de descrença no potencial de nossos estudantes, aliadas à infeliz falta de investimentos em escolas públicas são um momento passageiro. Ainda há esperança, ainda há salvação, principalmente porque vocês farão parte desse processo de reconstrução dos valores sociais, morais e científicos. Jamais duvidem da importância de seu trabalho, pois ainda que a evasão escolar signifique um obstáculo a ser superado, se vocês alcançarem um único estudante entre tantos, e fizerem a diferença de alguma forma, na vida desse ser humano, tenha a mais plena certeza de que seu trabalho é o mais especial do mundo.

Ser professor não é apenas ensinar história, é fazê-la; não é apenas ensinar a escrever textos, é escrever seu legado de resistência na luta pelos seus direitos e melhores condições de trabalho; não é apenas ensinar geografia, é saber seu impacto na humanidade e o seu lugar no mundo de um aluno. Sem o brilho que só vocês podem emanar, não há futuro nem perspectivas, portanto é fundamental que vocês façam do aprendizado, sua mais valiosa herança… Sim, eu vejo que é nítida uma cruel desvalorização, uma verdadeira pedra no meio do caminho pelo qual a carreira pedagógica atravessa, mas tudo isso não depende só de vocês, a luta é coletiva e a conscientização é imprescindível. Ser professor no Brasil de hoje é um ato de ousadia e coragem. Vocês, meus queridos, que permitiram viver em um constante estado de aprendizado, com um compromisso com aquilo que emanam ao mundo, personificam o exemplo, desde o mais brando gesto até a mais efervescente das ideias. A base de toda civilização cabe à educação das crianças e jovens, sendo a sala de aula, um solo sagrado que oportuniza a evolução intelectual e interpessoal, um microcosmo social onde ainda é possível semear as boas lições e acender a fagulha do senso crítico. No mais, a vida de professor, longe de ser o céu daqueles que buscam a fama e a riqueza, é o paraíso daqueles que buscam uma vida significativa que imortalize sua existência na luz eterna do saber.

Desejo-lhes todo o sucesso nessa árida, porém gratificante jornada, todo o amor pelo saber e pela transmissão desse, refletida na boa convivência entre professor e estudante. Que a justiça, a honestidade, a paciência, a empatia e os mais elevados princípios os acompanhe sempre. Desde já, todo o meu apreço e admiração são seus, educadores da nação e edificadores do mundo.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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