Durante a campanha, Jair Bolsonaro dizia: “podem me chamar de tudo, só não me chamam de CORRUPTO”. A última palavra, da frase que virou um dos seus slogans, era gritada em uníssono. Nos aeroportos, as recepções eram compostas por uma multidão de pirralhos tirando selfies, o que dava um aspecto de “trolagem” e fotos para “tirar um barato” no Facebook.
Engano. O cara foi eleito. Mas uma premonição saiu dos discursos de campanha. Corrupto é um adjetivo que eu estava acostumado a identificar nos políticos em nosso país, pois sempre foi muito comum dinheiro viajando em malas e outros suportes.
Bolsonaro acertou quando falou que poderia ser chamado de tudo. Fascista, nazista, miliciano, genocida, homofóbico, misógino, machista, negacionista são apenas alguns termos do que ele (e seus apoiadores) teve que aturar. Ele já foi xingado de tudo, várias vezes sofrendo a tática leninista “acuse-os do que você faz, chame-os do que você é”. Recentemente, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da palhaçada, o presidente foi indiciado por charlatanismo e curandeirismo. O Brasil, que sempre foi farto em produzir, digamos, malvados políticos envolvidos em diversas, por assim dizer, falcatruas, soa folclórico relatar charlatanismo e curandeiro. Então o Renan é um malfeitor e o Omar é um fora-da-lei.
Na CPI que, por não possuir um objeto de investigação, já tentou-se investigar o tratamento precoce, a não compra da vacina, o superfaturamento na compra da vacina (que não foi comprada) e a Copa América. Num Inquérito presidido po Omar Aziz e tendo como relator Renan Calheiros, depois de tentar enquadrá-lo (o presidente) em algum crime, restou fuçar o Código Penal, lançando mão de expressões quase em desuso: charlatão e curandeiro. Não me surpreenderia se o velhaco — para usar mais uma palavra do “arco da velha”— Renan Calheiros o enquadrasse com o indiciamento por alquimia e pajelança, baseado em fartas e evidentes provas.
Não faltam adjetivos que Bolsonaro, nessa perseguição, não tenha ouvido. Por enquanto, só não conseguiram colar a pecha de: CORRUPTO.
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