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Em sua obra “Microfísica do Poder”, o pensador Michel Foucault explora os mecanismos de funcionamento social com base nas relações entre os indivíduos e as instituições. Nela, o autor afirma que o fazer político é incrementado por teias e organizações de peso ideológico, sendo constantemente modificado pelas mesmas. Pode-se afirmar, desta forma, que na atualidade, as redes sociais representam um ambiente que influencia opiniões políticas, decisões governamentais, mobilizações populares em prol de uma reivindicação comum, entre outras pautas.
Em primeiro plano, convém ressaltar que a revolução tecnológica advinda do fenômeno da globalização, impactou intensamente na organização da sociedade, uma vez que o acesso facilitado aos meios de comunicação e o avanço das redes sociais, proporcionaram a inserção de indivíduos que compartilham de uma mesma mesma convicção, em comunidades virtuais capazes de alterar a configuração social por meio de pressões ao governo, com a intenção de contemplar legalmente um grupo específico. Um exemplo de tal efeito, são as paradas LGBT, que não apenas lutam contra o preconceito de gênero, como propõem pautas inclusivas por parte do governo, o que inevitavelmente as classifica como um movimento sobretudo, de caráter político e reparador.
Ademais, as redes sociais são vistas no mundo contemporâneo, como instrumentos que possibilitam a comunicação imediata entre o povo e as instâncias de poder. Se no passado, a criação do departamento de imprensa e propaganda implementado por Getúlio Vargas, se consolidava como um mecanismo de de alto teor apelativo por parte do governo, hoje as redes sociais desempenham a função de outrora. Assim, as redes sociais estabelecem um elo entre os cidadãos e as autoridades, utilizadas muitas vezes para difundir projetos do governo, exaltar seus feitos positivos ou disseminar determinados valores, que têm um peso significativo tanto nas perspectivas futuras da nação, quanto na visão externa sobre o país, no contexto da geopolítica.
Portanto, diante das possibilidades ofertadas pelas redes sociais, especificamente no meio político, e seus respectivos impactos, é imprescindível que o Ministério da Comunicação, com a parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, assegure a democratização do acesso virtual ao exercício civil de participação política, por meio da elaboração uma plataforma digital que tenha um caráter neutro e de revisão das postagens, pronunciamentos e mobilizações gerados pelas redes, com o intuito de informar a população acerca do panorama geral e prever possíveis acontecimentos nas esferas envolvidas. Dessa forma, com o alcance inclusivo dos cidadãos, se tornará nítida a melhoria na conjuntura política, tendo em vista, o papel desempenhado pelas redes na contemporaneidade.
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