Eram estimados 100 mil motociclistas. O evento foi impressionante. Entre quem quis maximizar, subvalorizar ou apenas calcular a presença, disseram que havia 10 mil, 12 mil, 120 mil, 300 mil, 400 mil ou 1 milhão de motos. Eu não sei estimar isso nem tenho interesse em puxar a brasa para a minha pobre e fria sardinha, então solicitei gentilmente à nossa equipe de renomados cientistas especialistas em engenharia de trânsito. Depois de intensos, detalhados e cansativos estudos, chegaram à seguinte conclusão: tinha moto pra caramba!
Não importa o número que querem dizer, chutam ou estimam, o que importa é o que vi. Assisti às várias filmagens e vi inúmeras fotos do evento e concluí uma coisa: não vi o final da fila de motocicletas e sei que nunca verei. A magnitude desse acontecimento independe de preferências políticas; simplesmente era um cara que fez um passeio que reuniu uma multidão de motociclistas em torno de si. Muitos opositores tentaram diminuir ou desqualificar o evento. Para não “passarem recibo”, seria melhor terem ficado quietos.
Quanto ao Guinness Book: é irrelevante a chancela de um prêmio que reconhece o maior número de bandeiras tatuadas no corpo, a maior dança de mascotes, o maior número de marshmallows pegos com hashis, o maior tempo girando uma bola de basquete sobre uma escova de dente, o maior peso levantado apenas com os olhos, a maior roupa de baixo, o maior número de roupas de baixo usadas ao mesmo tempo, a maior moeda de chocolate, a maior cadeira de balanço e a maior coleção de itens relacionados à hambúrgueres. Têm muitos outros ridículos recordes nesse livro. Fica óbvio que para constar na publicação basta dispor de coragem, paciência, curiosidade e avisar os auditores do Guinness Book. Observação: a dança dos mascotes é hilária. Merece ser assistida, bem como constar no livro, apesar de ridícula.
A “motociata” só ilustrou o que já era claro: como sempre, enquanto muitos estavam indo, Bolsonaro já estava voltando. É isso.
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