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O poder simbólico das coisas
Luiz carlos souza santos

O poder simbólico das coisas     
          A profissão policial nos ensina uma lição a cada serviço. Um dia desses em mais um serviço operacional na nobre cidade de Tupanzinho, no Pará, recebemos uma ligação de um solicitante, alegando que três homens haviam invadido a casa de um senhor com idade de 80 anos. Como de praxe deslocamos ao local que ficava na zona rural e encontramos o ancião que nos recebera com um certo receio. Seu Dedé perguntava de que cidade nos viemos e se éramos os mesmos policiais que estiveram na fazenda de seu Nôca na ocorrência do domingo. O graduado respondeu dizendo que sim. E perguntou ao ancião o que furtaram e quem seria o meliante. Ele disse que não sabia quem o roubara, mas que levaram sua tv sansung smarter 4k, 50 polegadas que ele acabara de comprar em 48 vezes. “Oia aí, meu filho, só deixaram os fio”, apontando para a mesa de madeira onde ficava sua tv sansung smarter 4k. E ainda, um pouco nervoso dizia: “ainda bem que levaram a televisão, não levaram meu tesouro que se encontra no quarto”. Curioso, o graduado perguntou que tesouro seria esse que seu Dedé guardara no quarto, pensando ele que seria algum valor em real. Seu Dedé muito gentil chamou o graduado para lhe mostrar. O graduado entrou no quarto e foi surpreendido com tal tesouro. Era um chapéu antigo pork pie que seu tataravô lhe presenteara antes de descer as catacumbas. Dizia ele que aquilo era o que ele tinha de mais valor dentro daquela casa. Dona Stella, sua esposa que não gostara nada daquele comentário. “Se tivesse de levar o chapéu ao invés da televisão, eu falava pra o meliante sacripanta levar a merda da televisão”, dizia o velho ancião olhando bestificado para o chapéu pork pie, lembrança de seu tataravô.
              “Não se preocupe seu Dedé”, disse o graduado. Logo, logo saberemos quem é este meliante sacripanta. Já nos aproximando da cerca de arame farpado que rodeava a casa, em direção à viatura, seu Dedé sai das profanas de sua residência com um bípede penoso, com os pés amarrados, dizendo ele que era um presente de coração. No entanto, o graduado não aceitara tamanha gentileza que o ancião lhe fizera.



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