A corja
Triste como este dia,
De dor e sofrimento,
Suba ao palco hoje,
Para chorar,
Mas por coragem,
Não pela covardia,
De muitos que estão em seu quartos,
Chorando à solidão,
Sozinhos companheiros,
Ergam-se à luta,
Não temam jamais aos inimigos!
Trancar-se em sim mesmo,
É engolir humilhações,
Quando o que interessa é o depois,
O resultado de tanta luta,
Prender-se em si mesmo camarada,
É ter a luta no peito, mesmo
Com a derrota cravada nele,
E chorar... e agonizar,
Pedindo mais uma batalha,
Para morrer rindo da morte.
Somos heróis de guerras mentais,
Hoje não receberemos medalhas...
Nem aplausos querida linda,
Que espera o meu prestígio...
Aqui temos a penúria... a desgraça,
Ela desfalece meu rosto,
Dilacera meu coração,
E desfigura o meu olhar,
Para o olhar do horror,
Da miséria,
Tenho voz agora meus queridos...
Será que vocês têm ouvido,
Tanta discórdia no mundo,
Tantos morrem por isso,
E nós passando tempos escrevendo...
Mas olhe-se no espelho de sua alma...
E veja que esta maldade
Que está no mundo
É o seu reflexo...
Coisa que fazemos aqui...
Refletir.
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Biografia: Escritor desde seus quinze anos, vencedor de doze concursos de poesia, três de contos e do prêmio de romancistas da semana cultural de São Paulo, Hiago Rodrigues de Queirós é digno de minutos de leitura, e esses minutos se vão, completando dias e noites, até o leitor dormir e sonhar dentro do livro.
Sua ironia incastigável é um grande destacador de seu estilo de escrever, sua indescrissão, revelam ao leitor o quanto ele mesmo pode voar dentro de um livro. Hiago, sem dúvida é uma das maiores promessas da literatura mundial. |