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A INVEJA É UMA VERBA
Erivelto Reis

A INVEJA É UMA VERBA


     Tanta gente boa que anda sofrendo com a inveja alheia que não é exagero imaginar que haja uma conspiração para impedir quem quer que seja de se organizar e crescer em qualquer área da atividade humana.
     Os nomes são diversos pra o mesmo problema: olho-grande, olho-gordo, seca-pimenteira, invejoso, despeitado, ciumento, etc. O individuo alimenta-se da própria invídia e esta serve de verba para financiar a sua cruzada zelotípica. Compliquei? É simples: quanto mais se inveja alguma coisa, mais a inveja se reproduz dentro de nós.

     Agora, vejamos: ninguém tem inveja, da inveja de quem tem inveja.

     Importante é não confundir inveja com outras coisas. Ambição não é inveja, é um forte desejo, um grande anseio. Destina-se a projetar no elemento o desejo de atingir coisas notoriamente importantes: um cargo, uma colocação, uma realização. A inveja assume um caráter mesquinho, porque não é que o indivíduo queira ter o que você tem (seja lá o que for que você tenha!), ele quer, simplesmente, que você não tenha. Ele quer aniquilar você. E não se trata de competição. Isso subentenderia condições iguais, disputa declarada e sujeita a regras éticas e morais.
     O invejoso pode esconder-se atrás de uma falsa moral, mas a ética, por ser transparente, não permite que ninguém se esconda atrás dela. Você pode ver e ser visto pelo seu prisma, mas, ao tentar distorcê-la e manipulá-la você estará impedido de enquadrar-se como ético. Patético talvez, e só.
      Os que ocupam ou vivem em uma posição que sirva de parâmetro para outros estão acostumados a conviver com a ambição que despertam, mas o alvo do invejoso, em geral, não sabe que bem ao seu lado está alguém que nutre um sentimento tão feio e patológico. Os que percebem, procuram viver o mais discretamente possível. Outros ainda, desenvolvem rituais complexos de isolamento dos raios invisíveis da inveja: evitam contato com o invejoso, utilizam-se de figas, benzeduras, ramos de arruda, dentes de alho – até de ferraduras; se não for possível, escondem bens materiais e realizações pessoais. Por bens materiais, entenda-se desde um vaso de planta até um curso de computação, um fusca velho, um puxadinho no Alemão, ou... (complete com aquilo de que você tem inveja ou com o que invejam em você).

     Não queira mal a quem tem inveja de você, mas também, não baixe demais a guarda. O invejoso não é um mau caráter. É bom caráter com mau costume. A inveja tem jeito. O que não tem jeito é a falta de semancol, de desconfiômetro. Ouço falar, e até sou usuário da expressão “inveja boa”. O invejoso não é um monstro. É um herói japonês tão feio como o monstro contra o qual luta. Monstro feio, grande herói; monstro ridículo, herói mais ainda. Não é uma posição confortável, mas acontece.
      Não é minha intenção esgotar o assunto, nem poderia. Não há cronista, poeta ou escritor que possa realizar tal façanha! Portanto, deixo com você que me lê a incumbência de observar, dentro de suas relações, quantos e quais são os invejosos de plantão. Advirto que brigar e romper relações com os mesmos, talvez não surta os efeitos pretendidos. De qualquer forma, não vale a máxima que diz: “se não puder vencê-los, junte-se a eles”, pois nesse caso eles terão vencido. Muita luz em seus caminhos.


                                             Erivelto Reis



Biografia:
Erivelto Reis nasceu em 1976, em Rio Verde, Goiás. Veio para o Rio de Janeiro, aos três anos, com sua família. Filho de José de Arimatéia e Maria Aparecida da Silva Reis e irmão de Erivaldo, Erialdo e Elton. Erivelto é casado com a professora Gloria Regina e o casal tem três filhos: Allynie, Erick e Ian. Poeta, escritor, cronista, ativista e produtor cultural. Tem dois livros publicados: “Sem Rima” (Poesias - 2004) e “Somos” (Crônicas e Poesias - 2007). Escreveu crônicas para os jornais “O Guarazão”, da região de Guaratiba e “O Amarelinho”, de Campo Grande, ambos na cidade do Rio de Janeiro, o que lhe valeu uma Moção da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro em 2004. É professor formado em Letras (Português – Literaturas) e pós-graduando em Estudos Literários pelas Faculdades Integradas Campo-grandenses. Em 1998, no curso de Teatro Laboratório, no Teatro Arthur Azevedo, conheceu o poeta Primitivo Paes, seu amigo e grande incentivador. A partir de então, passou a dedicar-se efetivamente à carreira como escritor. Juntos, Primitivo e Erivelto, já somam, em onze anos de carreira, mais de mil apresentações em escolas, praças públicas, teatros, centros culturais e eventos em todo o Estado. Como ativista e produtor cultural, coordenou em 2006, o I Encontro de Poetas do Rio de Janeiro, na Lona Cultural de Campo Grande. Ingressou, em 2005, no Instituto Campograndense de Cultura, a convite da então presidente Marly Monte Araújo, e participou da produção da I Jornada de Letras do Instituto Campograndense de Cultura e da confecção da Revista comemorativa dos 40 anos do Instituto em 2007, além de ter participado, como jurado e, posteriormente ao seu ingresso no Instituto, da produção do Projeto “Novos Talentos do ICC”. Em 2008, passou a fazer parte do quadro de membros efetivos do renomado instituto, ocupando a cadeira número 8, que pertencera à professora Leda Lúcia e cujo patrono é Freire Alemão. Em 2007, participou, com um poema, de uma Mostra de Poesia e Artes Plásticas no Centro Cultural Ariano Suassuna, na Barra da Tijuca/RJ. Em 2008, participou como jurado, do concurso nacional de poesias da Revista Day By Night e em 2009, sempre ao lado do poeta Primitivo Paes, da I Mostra de Poesia Brasileira na Cidade de Maricá. Vencedor do Prêmio FEUC de Literatura em 2005 e 2009, seus poemas constam de inúmeras coletâneas e antologias pelo Brasil. Recebeu também o Prêmio Expressão Cultural da Coordenadoria Regional de Cultura da Zona Oeste em 2005 (coordenador de grupo), 2006 (ativista cultural) e 2008 (escritor). Participou da organização e da produção das XVI, XVII e XVIII edições da Semana de Letras da FEUC e dos XI e XII Fórum de Educação, Ciência e Cultura da mesma instituição. Recebeu o troféu comemorativo da I Jornada de Letras do ICC. Em 2005, por indicação do escritor Roberto Sobral, foi agraciado com a Medalha de Honra ao Mérito comemorativa dos 46 anos da Associação dos Taifeiros da Armada da Marinha do Brasil. Participou de diversas edições do Aniversário de Campo Grande, o que fez com que em 2007, recebesse mais uma Moção da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. Em 2005 foi citado, por suas atividades culturais, pelo Ministério da Cultura no Programa Nacional de Incentivo à Leitura e à Literatura, como um dos fomentadores da leitura e da Literatura no Brasil. Frequenta eventos culturais em toda a cidade. Seus poemas e suas crônicas estão disponíveis para leitura em diversos sites. Contato: eriveltoreis@yahoo.com.br
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