Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
Dia do Rock (13/07)
Rafael da Silva Claro


Até que eu curtia a Coleção Disquinho. Na verdade, era tudo o que eu conhecia. Já estava me acostumando com a estorinha da Dona Baratinha, quando meu pai saca algo muito mais legal: o LP Sorrisos e Lágrimas. Verdadeiro tesouro escondido de três pirralhos querendo descobrir o mundo, e seis mãozinhas prontas para destruir tudo que se movesse, andasse, arrastasse ou voasse.

Esse disco era uma aula de rock’ n’ roll, havendo apenas sorrisos; lágrimas só quando ocorria algum acidente doméstico. Enquanto, nas festinhas, rolava Balão Mágico e seu inocente e bobo Ursinho Pimpão, eu curtia The Bird’s The Word e Papa-Oom-Mow-Mow (as duas músicas mais divertidas da história), com Rivingtons; Long Tall Sally, com Little Richard; e The Letter, com The Box Tops. Quem nasce ouvindo isso está imune às 10+ (“jabás” de qualquer época).

O Sorrisos e Lágrimas já era o suficiente, mas tinha muito mais de onde veio esse. Aos poucos, foram surgindo: dois compactos dos Beatles e um LP de Johnny Rivers. Little Richard inventou o rock e os Beatles deram outra direção. A passagem entre as canções infantis e o rock foi prematura e como um salto quântico.

Só que, para quem vive em São Paulo e na Grande SP esse bom gosto musical aproxima tribos inóspitas e toda sorte de fauna urbana. Punks, darks, skin heads, alternativos, head bangers, avulsos e outras coisas.

Como uma lousa velha, qualquer plataforma pode ser mais útil que um computador. A velha vitrola cumpriu sua função. O rudimentar aparelho apresentou ótimas músicas e formou um gosto musical livre de chuvas e trovoadas (ou gugus e faustões).

Paradoxalmente, sou obrigado (pelas circunstâncias) a dizer que não gosto de funk. É difícil dizer isso, sabendo que funk de verdade (não o carioca) é James Brown.

Sertanejo Universitário é muito triste. O nome sugeriria algo como: Ortega & Gasset, Galileu & Galilei ou Costa & Silva cantam Chico Buarque.

Voltando ao rock, quem diz que ele morreu está enganado. Daqui a 300 anos, Rolling Stones será escutado (não ao vivo) como Mozart ou Beethoven. Alguém diz que a música clássica morreu?

O Ministério da Saúde adverte: Spotify e Deezer, se mal usados, podem causar funk e sertanejo universitário.


Biografia:
Ensino secundário completo. Trabalhei em várias empresas, fora da literatura. Tenho um blog, onde publico meus textos: “Gazeta Explosiva” Blogger
Número de vezes que este texto foi lido: 52927


Outros títulos do mesmo autor

Artigos Brasil, mostra a sua cara! Rafael da Silva Claro
Crônicas A Gata de Brotas Rafael da Silva Claro
Crônicas Futebol 0 X Covid-19 Rafael da Silva Claro
Crônicas Sopa de morcego Rafael da Silva Claro
Artigos Moro em casa Rafael da Silva Claro
Crônicas HAMLET * Rafael da Silva Claro
Artigos Fique em casa, cego, surdo, mudo e louco Rafael da Silva Claro
Crônicas Têm índios por aqui! Rafael da Silva Claro
Artigos A Marcha da Insensatez Rafael da Silva Claro
Artigos Ciro Chorou - 4 Elementos Rafael da Silva Claro

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última

Publicações de número 411 até 420 de um total de 426.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Mil e uma Noites - Andre Junior Silva Santos 53253 Visitas
Brasil - Ivone Boechat 53253 Visitas
A Pressa do Cântico Negro de José Régio - João Tomaz Parreira 53253 Visitas
O Encontro - Jubergson Ferraz 53253 Visitas
O Sábio - Deborah Valente Borba Douglas 53253 Visitas
Tempo Torto - José Ernesto Kappel 53252 Visitas
Mulher - Ivone Boechat 53252 Visitas
O Observador de Trovoadas - Martinho do Rio 53252 Visitas
Igual Pluma - José Ernesto Kappel 53252 Visitas
DONA RUTH, A PROFESSORA DE CORTE E COSTURA - Bete Bissoli 53251 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última